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Mao Tsé Tung, mensalão e "pizzaiolos"

Por Valfrido Chaves (*) | 08/11/2012 10:00

“Desorganizai tudo que existe de bom nos pais inimigo. Tentai envolver as mais altas esferas dirigentes, em empreendimentos criminosas, comprometendo-lhes as posições. Isso feito, conforme a oportunidade, daí publicidade às suas prevaricações. Entrai, igualmente, em contato com os indivíduos mais baixos e perigosos. Molestai, por todos os meios e modos, a ação do governo; promovei discussões e discórdias entre os cidadãos. Lançai os velhos contra os jovens. Perturbai o abastecimento e o aprovisionamento das Forças Armadas” (Mao).

Não sei se leitor consideraria de bom tom fazer uma leitura de alguns fatos atuais da política brasileira, à luz do pensamento de Mao Tsé Tung, exposto no parágrafo anterior . Aí estão os mensalões e mensalinhos que seus protagonistas tentam esconder com tropas de choque, movimentos sociais pelegos, mentiras descaradas, inocências empostadas e teorias conspiratórias.

Nestas, discutir, julgar ou denunciar o "Mensalão" se resumiria à um “golpe das elites” contra o “governo popular”... Gostaríamos de chamar a atenção que, quanto mais cretinas forem as mentiras, quanto mais a impunidade for descarada, quanto mais os altos escalões forem enlameados, maior será descrença de todos nas instituições democráticas que, a duras penas e com todas as falhas, tantos brasileiros tentam construir e preservar

É preciso entender que a descrença nas instituições democráticas, cujas prerrogativas seus inimigos entre nós usam para “suicidá-la”, é a condição necessária para que, assim pensam eles, a massas populares possam ser manipuladas através dos “movimentos sociais” pelegos, alimentados com recursos públicos, para explodirem nos calendários vermelhos que seus lideres, de público, chegam a anunciar.

As extorsões, o assalto aos cofres públicos, a aliança com o sub-mundo dos negócios, a briga entre quadrilhas no poder, tudo, caro leitor, deve resultar em mais descrença e ataque à auto estima coletiva de nosso povo. Essa é uma prática, um “avanço” que tem toda uma teoria e um princípio a norteá-lo: “os fins justificam as malas e as mentiras”.

A impunidade de corruptos e corruptores, que transformaria as CPIs numa fraternidade de “pizzaiolos”, seria uma jóia a coroar a competente “praxis” maoísta em curso. Se o julgamento do "Mensalão" pelo STF não corre conforme o desejo dos criminosos no poder, cujas ações foram magistralmente definidas pelo Ministro Celso de Mello como "macrodelinquência govenamental", o "passo adiante" revolucionário será desmoralizar nossa Corte Suprema, até internacionalmente.

Quem viver, verá.

(*) Valfrido M. Chaves é psiquiatra

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