Avião fez três voos antes de acidente e tentou pouso após horário permitido
Aterrissagem final aconteceu depois das 18h, fora do tempo permitido para a pista, disse delegada responsável
A delegada Ana Cláudia Medina, do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), revelou nesta quarta-feira (24) que a aeronave envolvida no acidente que matou 4 pessoas no Pantanal realizou três voos ontem (23). Segundo ela, os deslocamentos começaram às 7h da manhã e o último pouso ocorreu após as 18h, em horário não autorizado para a pista.
RESUMO
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Aeronave que caiu no Pantanal havia realizado três voos no mesmo dia e tentou pousar após horário permitido na pista, que operava apenas visualmente. Na segunda tentativa de pouso, após uma arremetida, a aeronave perdeu altitude e explodiu, resultando na morte de cinco pessoas. A polícia investiga as condições de contratação do avião, que não tinha autorização para transporte remunerado. O CENIPA realizará perícia para determinar as causas do acidente. Os corpos carbonizados necessitarão de identificação por DNA.
“Eles fizeram três deslocamentos aéreos para fazendas da região e, já no fim do dia, retornavam à pousada. O pouso foi feito depois das 18 horas, quando o permitido era até 17h39, com o pôr do sol. A pista é operada apenas por visual, e essa condição pode ter atrapalhado a visibilidade”, afirmou Medina.
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A delegada sustentou ainda que a responsabilidade por verificar o horário correto do pouso seria do piloto, Marcelo Pereira Barros, que morreu no acidente junto com os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Júnior e o arquiteto chinês Kongjian Yu.
De acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, o piloto não conseguiu alinhar a aeronave no primeiro pouso e precisou arremeter. Na segunda tentativa, moradores perderam a visão do avião e, em seguida, avistaram a fumaça que indicava a queda. Os destroços foram encontrados com todas as vítimas fatais a bordo.
As equipes de resgate atuaram ainda na madrugada de hoje para retirar os corpos carbonizados e já acionaram familiares para coleta de material genético, necessária na identificação formal. “Mesmo sem dúvida sobre quem estava a bordo, o estado dos corpos exige confronto genético”, explicou a delegada.
A investigação também apura em quais condições a aeronave foi contratada, já que ela não tinha autorização para realizar transporte remunerado de passageiros. O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) deve chegar ao local nesta quarta-feira (24) para aprofundar a perícia sobre as causas do acidente.
O local da queda, a Fazenda Barra Mansa, restringe o acesso à imprensa e apenas autoridades têm permissão para chegar ao local do acidente. O administrador da pousada, Renato Rondon, trabalha em uma emissora de televisão em São Paulo.
O acidente – A queda ocorreu no final da tarde de terça-feira (23). Há suspeita de que o piloto tenha tentado uma arremetida, manobra em que o pouso é interrompido para nova subida, mas a aeronave perdeu altitude e explodiu ao atingir o solo.
A Fazenda Barra Mansa, onde fica a pousada, foi fechada para a perícia. O local dispõe de estrutura de alto padrão e possui pista de pouso considerada modelo, pois passou meses recebendo profissionais envolvidos nas gravações da novela Pantanal, em 2022.
Os responsáveis pela pousada lamentaram o acidente e informaram que "a aeronave envolvida no acidente não fazia parte dos serviços oferecidos pela Fazenda ou pela Pousada Barra Mansa, tratando-se de um voo particular".
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