Consórcio K&G arremata Rota da Celulose com desconto de 9% na tarifa de pedágio
Concessão foi definida pelo maior desconto tarifário; vencedora reduziu 9% do valor da tarifa-teto
A concessão da Rota da Celulose foi arrematada nesta quinta-feira (8) pela Consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K-infra concessões e Galápagos participações , com desconto de 9% sobre a tarifa-teto de pedágio, durante leilão realizado na sede da B3, em São Paulo.
A concessão foi definida pelo critério de maior desconto tarifário. A proposta vencedora apresentou um desconto de 9% em relação à tarifa-teto (R$ 0,19/km para pista simples e R$ 0,26/km para pista dupla), o que implica a obrigatoriedade de um aporte financeiro de R$ 217.389.913,70 ao percentual oferecido.
A vencedora K-Infra opera a Rodovia do Aço. A concessão soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), da divisa entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda, na região Sul Fluminense.
Além da empresa vencedora, participaram do leilão as empresas Rotas do Brasil S.A., com 5% de desconto na tarifa e aporte de R$ 137.206.420,91; o Consórcio Caminhos da Celulose (XP), com 8% de desconto e aporte de R$ 195.619.568,80; e o BTG Pactual, com 4% de desconto e aporte de R$ 118.827.772,70.
Essa é foi segunda tentativa de leiloar o contrato, após a ausência de interessados no certame de dezembro de 2024. À época, analistas apontaram como entraves o subdimensionamento do valor das obras, riscos no modelo de cobrança free flow e a alta concorrência no mercado de concessões rodoviárias. Para esta nova rodada, o governo reestruturou o projeto, aumentando a taxa de retorno e ajustando exigências, o que ampliou sua atratividade.
O contrato de concessão abrange 870,3 quilômetros de rodovias estaduais e federais no Mato Grosso do Sul, integrando os trechos da BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O projeto prevê um investimento total de cerca de R$ 10,1 bilhões ao longo dos 30 anos de vigência, incluindo obras de ampliação, duplicação e melhorias na infraestrutura viária. As principais intervenções estão concentradas nos primeiros oito anos de contrato, com a meta de garantir melhorias antecipadas na malha rodoviária.
As obras devem ser iniciadas após a assinatura do contrato de concessão, com um prazo de até um ano para o início da cobrança. O projeto inclui 12 pórticos de pedágio distribuídos entre os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul. Cada um desses pórticos terá tarifas diferenciadas, com os valores variando dependendo do município e da categoria do veículo.
A cobrança de pedágio será feita no modelo free flow, sistema eletrônico sem praças físicas de pedágio, em que os veículos passam por pórticos de cobrança sem necessidade de parada. O pagamento será efetuado automaticamente por meio de tags eletrônicas. Os motoristas que utilizarem o sistema via tag terão um desconto adicional de 5% sobre o valor da tarifa.
Motocicletas estarão isentas do pagamento de pedágio. Outra isenção será para veículos pertencentes ao governo estadual, como os de órgãos como Seilog, Agesul, Detran/MS, Agems, e para veículos de policiamento, como os da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, bem como para veículos de emergência, como ambulâncias e viaturas do Corpo de Bombeiros. Veículos de carga vazios também não pagarão pedágio sobre os eixos suspensos.
Projeto - Com 870,3 quilômetros de rodovias estaduais (MS-040, MS-338 e MS-395) e federais (BR-262 e BR-267), a concessão está prevista para durar 30 anos e requer um investimento total de cerca de R$ 10,1 bilhões em capital privado, que anteriormente estava previsto em pouco mais de R$ 9 bilhões.
Os investimentos são para ampliar e antecipar melhorias na malha viária. Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² obras de arte especiais. A malha passa a ter 100% de acostamento. Mesmo com os ajustes, os principais investimentos da concessão se concentram nos primeiros 8 anos de vigência do contrato.
Para garantir maior segurança e eficiência na prestação de serviços aos usuários, a concessionária implantará e operará veículos de inspeção para controle do tráfego. Esses veículos circularão continuamente pela rodovia concedida, verificando as condições de segurança, prestando auxílio aos usuários, identificando ocorrências e acionando os recursos necessários para o atendimento.
Além disso, a concessionária contará com 13 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias para atendimento e socorro médico, 5 caminhões-pipa para combate a incêndios, 5 caminhões adaptados para apreensão de animais e desobstrução de pistas, e 13 postos de atendimento aos usuários, que oferecerão estacionamento, sanitários, telefones e áreas de descanso. Ao longo das margens das rodovias, serão instalados três postos de parada e descanso.
Cada uma das principais rodovias (MS-040, BR-262 e BR-267) contará com um PPD (Postos de Parada e Descanso), oferecendo a infraestrutura necessária para proporcionar descanso seguro aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e passageiros.
Esses postos servirão como locais onde os caminhoneiros poderão fazer refeições, realizar higiene pessoal e descansar após longas jornadas de trabalho. A iniciativa tem como objetivo promover a segurança nas estradas, reduzir a fadiga dos motoristas, prevenir acidentes e assegurar condições adequadas de repouso.