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Cidades

"Desconheço", diz ex-coronel boliviano suspeito de proteger delegado

Gonzalo Medina é investigado por ignorar pedido de colaboração em inquérito sobre assassinato cometido por delegado de MS

Marta Ferreira | 18/11/2020 15:13
Gonzalo Medina quando ainda era coronel da Felcc (El Deber)
Gonzalo Medina quando ainda era coronel da Felcc (El Deber)

Colocado em liberdade nesta segunda-feira (16), depois de mais de um ano e meio preso, o ex-comandante da Felcc (Força Especial de Combate ao Crime) em Santa Cruz de La Sierra, Gonzalo Medina, negou que tenha ignorado pedidos da Polícia Civil do Brasil para colaborar com as investigações do assassinato do boliviano Alfredo Rengel Weber, 48 anos. O crime levou à prisão o delegado de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul Fernando de Araújo da Cruz Junior, 34 anos, no ano passado.

Medina é suspeito de proteger o delegado e até de omitir provas do crime. A vítima primeiro foi atingida a facadas, no lado boliviano, e depois atacada dentro de ambulância no caminho para o Brasil pelo delegado. Fernando foi preso em março de 2019.  No Brasil, já foi mandado para júri popular.

Mas na Bolívia, a investigação ainda corre, por tentativa de homicídio, roubo e lesão corporal.

Foi a família da vítima, que tinha condenação por tráfico no Brasil, a responsável por enviar às autoridades bolivianas a solicitação para interpelar medida a cerca da suspeita de omissão durante a investigação.

A apuração é feita pela divisão da Felcc dedicada ao combate à corrupção. Gonzalo prestou as declarações na penitenciária de Palmasola, em Santa Cruz, onde ficou até esta segunda-feira.

A todas as perguntas sobre a eventual proteção ao delegado brasileiro, ele respondeu não.

Disse desconhecer que houve pedido de colaboração feito pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em abril de 2019. Também foi questionado se deixou de remeter à investigação brasileira projétil relacionado ao crime e respondeu negativamente.

Quanto a manter relações com o delegado Fernando Araújo da Cruz Junior, alegou não ter memória dele especificamente  e justiçou que as ações comuns entre os dois países faziam com que conhecesse policiais de todas as forças, “Militar, Federal e Civil”.

Suspeitas  – Gonzalo Medina estava preso em Santa Cruz de La Sierra por suspeita de envolvimento com o traficante Pedro Montenegro, extraditado para o Brasil pela Bolívia.

A Justiça permitiu que ele responda às acusações em casa, com uma série de restrições.  Antes disso, ele ficou preso em La Paz e chegou a ficar internado em clínica com autorização judicial. Por causa desse tramite, houve dificuldade para receber e atender a notificação sobre a investigação do caso que envolve o delegado brasileiro.

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