Greve dos Correios continua sem acordo e chega a 30 dias em MS
Audiência no Tribunal Superior do Trabalho para julgar dissídio coletivo está marcada para segunda
Sem avanço nas negociações, a greve dos correios já dura 30 dias e em Mato Grosso do Sul são 34 municípios e 70% dos trabalhadores paralisados. A empresa entrou com dissidio coletivo de greve no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e o julgamento está marcado para dia 21 de setembro.
Conforme a presidente do Sintect-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de MS) Elaine Regina de Souza Oliveira, há 15 dias houve uma proposta de manutenção das clausulas contratuais, mas sem nenhum reajuste, mas foi negado.
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“Não estamos lutando por reajuste. Aceitamos a manutenção das clausulas, mas os Correios não aceitaram. Teve uma audiência de conciliação questionando a empresa sobre cláusulas sociais que não geram ônus e eles estavam retirando, mas e negaram a apresentar proposta para mediação”, destacou.
A categoria espera agora o julgamento marcado para a próxima segunda, às 13h30 em Brasília e mantém a greve por enquanto.
“Estamos mantendo a greve inclusive para não ter uma alteração de data no TST. Após isso os funcionários estarão analisando a situação. Hoje estamos com uma media de 70% servidores em greve em 34 municípios do Estado”, informou a instituição.
Após a o resultado do julgamento a segunda, será realizada uma assembleia para analisar a situação. “Logo após vamos analisar o encaminhamento da federação e a partir dai vamos dialogar com os trabalhadores do Estado”, completou.
Parte dos trabalhadores decidiu cruzar os braços em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas. A categoria também reivindica mais atenção, por parte da empresa, quanto aos riscos que o novo coronavírus representa para os empregados.
Correios – Em nota enviada nesta semana, a estatal informou que desde o mês de julho, os vêm tentando negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade.
A empresa ainda diz que enquanto os sindicatos insistem em manter uma proposta imprudente diante da crise atual, os Correios entendem que "não há margem para medidas incompatíveis com a situação econômica atual e vislumbra uma economia da ordem de R$ 800 milhões ao ano, apenas com o racionamento dos gastos com pessoal: o suficiente para recuperar, em três anos, o prejuízo de R$ 2,4 bilhões acumulados em gestões passadas", diz a nota.
Em nota a empresa também informou que aguarda o julgamento do dissídio e, com ele, o retorno dos trabalhadores. "Cientes da sua responsabilidade para com a sociedade e da sua importância para a prestação de serviços essenciais à população, em um momento tão delicado para o país e o mundo", finaliza.