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Cidades

Na linha de frente, dificuldade agora é contratar profissionais da saúde

Só em Campo Grande, 637 servidores da Saúde foram contaminados pelo novo coronavírus

Tainá Jara | 18/07/2020 07:24
Com pandemia, uso de EPIs é redobrado entre profissionais de saúde (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Com pandemia, uso de EPIs é redobrado entre profissionais de saúde (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Situação excepcional de pandemia obriga estados e municípios a não hesitar na contratação de profissionais de saúde. As vagas estão abertas, mas, ao que parece, a alta demanda torna insuficiente o número de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem dispostos a atender a rede pública de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), são 56 mil servidores da área da Saúde no Estado, entre concursados e contratados. Há no momento, pela rede estadual, processo seletivo aberto para contratação para duas vagas de médico e duas de epidemiologistas. O resultado final deve sair no próximo dia 23 de julho. Mais processos seletivos devem ser abertos nas próximas semanas.

A dúvida é se haverá procura para preencher as vagas e se as contratações serão suficientes diante de tantos profissionais adoecendo na linha de frente de combate a covid-19. Só em Campo Grande, 637 profissionais da saúde foram contaminados pelo novo coronavírus.

O número de profissionais que tiveram a doença equivale a mais de um terço do quadro de servidores do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), unidade de referência no tratamento dos pacientes com covid-19.

De acordo com o presidente do SINTSS-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), Ricardo Bueno, o hospital conta com cerca de 1,8 mil trabalhadores, em todos os setores. “Mesmo com contratados há déficit de 100 servidores apenas entre os profissionais da enfermagem”, afirma.

Em transmissão ao vivo, realizada na manhã desta sexta-feira, pelas redes sociais do governo do Estado, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, comentou da dificuldade em contratar profissionais. Ele não detalhou, no entanto, se as contratações abertas estava tendo procura.

Bueno explica que desde antes da pandemia, no começo deste ano, a categoria, juntamente com o MPE (Ministério Público Estadual), cobra a abertura de concurso para o HR. Na época, foi acordada a contratação de 30 enfermeiros e 50 técnicos para supri o déficit.

“O que está acontecendo já foi avisado. Na hora do aperto, quem abraça realmente é o concursado. Já vivenciamos isto há anos. O governo do Reinaldo só faz contrato. Para os contratados é mais fácil entrar com um pedido de demissão é procurar um opção mais segura”, afirmou.

Insegurança na pandemia – Outro ponto citado pelo presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, como fator que dificulta a contratações durante a pandemia é insegurança quanto proteção do profissionais da linha de frente.

“Se compararmos a forma como os profissionais se protegem na rede pública e privada, é totalmente diferente”, avalia quanto a disponibilidade de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), por exemplo.

Santana alerta ainda para a autorização para os médicos da rede pública do Estado fazerem até 96 horas extras, durante a pandemia, quando o normal são 60h. “A hora extra não resolve para fechar plantões e como consequência ainda tem a maior chance de contaminação, com mais tempo em ambiente hospitalar”.

Ele discorda, no entanto, quanto à falta de profissionais dispostos a trabalhar na rede pública. “É preciso abrir processo seletivo para recém-formados. A gente tem pelo menos cinco cursos de Medicina no Estado. Então tem que preencher essas vagas com estes profissionais”, afirmou.

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