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Cidades

Expulso da PM, ex-tenente que furtou corpo de ex recebe salário de R$ 6 mil

O último pagamento que consta no Portal da Transparência do Governo do Estado é o de janeiro

Anahi Zurutuza | 18/02/2019 14:33
José Gomes Rodrigues (Foto: Reprodução)
José Gomes Rodrigues (Foto: Reprodução)

Expulso da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) há 21 anos, o ex-tenente José Gomes Rodrigues, de 57 anos, recebe salário até hoje. O último pagamento que consta no Portal da Transparência do Governo do Estado é o de janeiro. Foram depositados para ele R$ 6.428,32.
José Rodrigues ficou conhecido nos últimos dias por ter furtado o corpo da namorada Rosilei Potronieli, 37 anos, do cemitério de Dois Irmãos do Buriti.

Na sexta-feira (5), via assessoria de imprensa, a PM confirmou a expulsão do militar. O motivo já havia se perdido no tempo e nem o Comando da corporação respondeu às solicitações do Campo Grande News sobre o que levou à exclusão de Rodrigues do quadro.

Segundo a PM, a decisão havia sido publicada no Diário Oficial do Estado em 1998. José recorreu da decisão e em 2009, teve recurso negado pela Justiça. "Após o fato, deixa de existir qualquer relação entre a pessoa citada e a Polícia Militar", destacou a assessoria por meio de nota.

A defesa do ex-PM, contudo, garantiu que o mesmo era oficial reformado – diferente de militar aposentado na reserva remunerada, este servidor nunca mais volta a prestar serviços.

Em coletiva de imprensa, o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, disse que por causa de diagnóstico de doença psiquiátrica o então militar foi reformado e que inclusive a patente com que foi aposentado era questionada na Justiça.

Nesta segunda-feira (18), a PM esclareceu que o ex-tenente “foi excluído das fileiras da Polícia Militar em 1998. No entanto, ele foi reformado em 1996, passando a receber proventos proporcionais ao tempo de contribuição à Previdência”.

A nota enviada pelo Comando esclarece que José Gomes Rodrigues “perdeu em 98 as prerrogativas de policial militar, tais como porte de arma, funcional, honras militares referentes ao posto ou graduação e outras previstas em lei”.

José Roberto Rodrigues da Rosa em entrevista coletiva (Foto: Henriqye Kawaminami)
José Roberto Rodrigues da Rosa em entrevista coletiva (Foto: Henriqye Kawaminami)

Ficha extensa – Os problemas de Rodrigues com a polícia são recorrentes. Só a ex-namorada registrou 11 boletins de ocorrência contra ele e no histórico doentio, há denúncias de agressões, tortura e estupro.

Desaparecido desde que a Polícia Civil descobriu que era ela quem havia retirado o corpo de Rosilei de uma cova e enterrado no sítio onde ele morava, o ex-tenente “se entregou” por telefone no fim da tarde do dia 15 de fevereiro, depois de contratar advogado. Com a delegada Nelly Macedo ficou combinado que ele iria se apresentar pessoalmente nesta terça-feira.

Neste domingo, contudo, o ex-PM foi preso por dirigir bêbado. Por volta das 23h, na Rua Joaquim Nabuco, no Bairro Amambaí, região central de Campo Grande, ele estacionou o Ford Focus preto, que seria o mesmo usado para transportar o cadáver de Dois Irmãos do Buriti até a Capital, próximo à base da Polícia Municipal e desceu com uma lata de cerveja na mão.

O veículo estava sem placa, tanto traseira quanto dianteira. Um policial municipal pediu os documentos do motorista e do carro. Ele apresentou apenas holerite com o seu nome. Questionado, José se identificou como oficial aposentado da PM, porém não apresentou nenhuma outra identificação.

O apoio da Polícia Militar foi chamado. José Rodrigues foi submetido ao teste de alcoolemia e o resultado foi positivo de 0,65 miligrama de álcool por litro de sangue. José foi preso em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante e levado para o Presídio Militar.

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