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Cidades

"Pai de Santo" dizia que ia expulsar exu 7 flechas para estuprar mulheres

Homem é acusado de usar nome de religioso do candomblé para praticar os crimes na Capital

Graziela Rezende | 09/09/2013 10:53
Delegadas explicam detalhes dos crimes. Foto: Marcos Ermínio
Delegadas explicam detalhes dos crimes. Foto: Marcos Ermínio
Homem usava nome de Pai de Santo "famoso" da Capital. Foto: Marcos Ermínio
Homem usava nome de Pai de Santo "famoso" da Capital. Foto: Marcos Ermínio

A mistura de petrechos da prática religiosa candomblé, além da grande quantidade de santos e velas encontradas na casa de Giunaldo Pereira Ferreira, 46 anos, no momento da prisão, apontaram que ele desconhecia a religião. Ele utilizava o nome do pai de santo “José de Abaderiá”, apenas para convencer as vítimas de que estava “incorporado” e que praticaria sexo com elas.

“Ele tinha santos, velas, imagens satânicas, terços e outras figuras. Era muito organizado, levando as vítimas para a sua casa, onde falava dos problemas delas e em seguida oferecia um vinho. A “suposta” consulta só terminava quando ele dizia que a pessoa precisava de um trabalho pesado e as levava para o mato”, explica a delegada Rosely Molina, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

O pedido de prisão preventiva de Giunaldo ocorreu logo ele ter estuprado uma mulher de 51 anos, no dia 28 de julho deste ano. Na ocasião, a vítima registrou a ocorrência e a Polícia colheu o material genético. Dias depois também houve o reconhecimento fotográfico e o homem foi preso em sua casa no Jardim Noroeste.

Com as investigações, a Polícia ainda constatou que ele violentou uma jovem de 23 anos da mesma maneira, no dia 2 de agosto. Ela é moradora do bairro Guanandi e disse que estava desempregada, procurando uma diária de faxineira, quando encontrou um panfleto do suposto "Pai de Santo".

“Neste caso ele informou que precisava matar o exu 7 flechas que estava nela e em seguida houve o crime”, comenta a delegada Fernanda Félix, responsável pelas investigações.

Além das duas mulheres, a Polícia suspeita que ele seja autor de um terceiro estupro, principalmente, porque a vítima descreveu as mesmas características e modus operandi. “Ele não escolhia idade e se utilizava de todo esse charlatanismo para abusar das vítimas”, comenta a delegada Marília de Brito.

Giunaldo não possuía antecedentes e será indiciado por estupro, com pena prevista de 6 a 10 anos, além de violância sexual mediante fraude, com pena de 1 a 5 anos. Os indiciamentos, de acordo com a Polícia, foram diferentes nos dois casos porque em um deles Giunaldo teria utilizado uma faca e arma de fogo para ameaçar a vítima.

“Nunca fiquei com ninguém sem o consentimento delas. Sou solteiro e até já paguei para ficar com mulheres quando queria. Estou no mesmo endereço há 12 anos, sou evangélico e nego ser autor destes crimes”, finaliza.

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