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Cidades

Associação vai recorrer para tentar gerir a Santa Casa

Redação | 23/01/2008 16:30

Os advogados da ABCG (Associação Beneficente Campo Grande) vão recorrer da decisão que manteve a intervenção judicial no hospital e na própria entidade. A informação é do presidente da Associação, Esacheu Nascimento, que com a decisão, está impedido em falar em nome da entidade. Nascimento explicou que os integrantes da diretoria vão continuar as negociações junto ao executivo municipal para implantar a transição compartilhada da administração do hospital.

O presidente disse que a decisão será respeitada enquanto estiver vigente, mas admite estar surpreso. "De fato, pelas negociações com a prefeitura, não caberia esta decisão". Agora, além da administração permanecer a cargo de uma junta interventora triparte (formada por representantes do Estado, Município e União), a Associação também terá as contas abertas.

Para o procurador do MPE (Ministério Público Estadual) Mauri Riciotti, a intervenção na ABCG será uma forma de dar mais clareza à administração do hospital. Hoje, 120 sócios participam da entidade e, conforme o MPE, a contribuição é de R$ 10 de cada um. Como a Associação é a mantenedora do hospital e a cota repassada pelos membros não garante o funcionamento, ganha força a justificativa do MPE para aintervenção de que, na verdade, o hospital é mais público que privado, ao contrário do que argumenta a ABCG. "Não é mais um patrimônio particular porque sobrevive de dinheiro público", enfatizou.

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, dia 23, Riciotti, o procurador federal do Trabalho Jonas Ratier e a promotora Daneli Zampieri explicaram o porquê da briga para manter a Santa Casa nas mãos dos interventores. As sucessivas decisões de fechar o hospital por parte da ABCG e as deficiências no atendimento estão entre elas. "E estes problemas não são resolvidos em dois ou quatro anos", ressaltou Riciotti.

Sobre o futuro da administração, o Ministério Público não abre mão da gestão hospitalar profissional e de correções na forma de contratação dos profissionais, em especial os médicos. O assunto seria definido em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que o MPE anuncia ser necessário. A constatação é de que a ABCG sozinha não conseguiria administrar a Santa Casa e, por isso, a defesa pela gestão compartilhada. "Devolver seria uma irresponsabilidade. Precisamos de uma transição segura", afirmou Ratier.

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