ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 24º

Capital

‘Conferência’ por celular entre internos decidiu execução de mulher

Um dos executores também foi preso por tentativa de arrombamento à caixas eletrônicos

Paula Maciulevicius | 31/10/2012 12:36
Tiago Jorge da Silva Figueiredo e José Valdir de Freitas Ferreira, cumpriram ordem dada por celular do presídio da Máxima. (Foto: Paula Maciulevicius)
Tiago Jorge da Silva Figueiredo e José Valdir de Freitas Ferreira, cumpriram ordem dada por celular do presídio da Máxima. (Foto: Paula Maciulevicius)

Policiais do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios) apresentaram na manhã desta quarta-feira a dupla que matou Darlen Hellen de Souza, 38 anos, no dia 17 de setembro, a mando do namorado dela, Everton Rodrigues, 28 anos. A ordem veio do presídio de Segurança Máxima por celular.

Tiago Jorge da Silva Figueiredo, 29 anos, conhecido como Bussunda e José Valdir de Freitas Ferreira, 27 anos, conhecido como Cassote, confessaram a execução de Darlen. Paralelo ao homicídio, durante as investigações, a Polícia confirmou o envolvimento de Tiago na tentativa de explosão de caixas eletrônicos em maio deste ano, nas duas ocorrências, Tiago e os comparsas arrombaram agências do Banco do Brasil e do Bradesco, explodiram os caixas, mas não levaram dinheiro. Na segunda tentativa, o prejuízo com os danos da explosão foram calculados em R$ 40 mil.

A Polícia chegou até dupla pelos registros de visitas de Darlen a Everton, no presídio de Segurança Máxima. Nos quatro finais de semana anteriores ao crime, a mulher foi visitar o namorado quatro vezes. “A partir daí fizemos a conexão do contato dela em Campo Grande. Ela frequentava e estava hospedada na casa de Tiago a mando do interno”, falou o delegado da Homicídios, Edilson dos Santos Silva.

Tiago confessou o crime e que a ordem veio de dentro do presídio. “Em uma conferência via telefone entre os mandantes, Tiago recebeu a ordem para executar”, relatou o delegado.

O rapaz foi preso no dia 20 de setembro. A casa dele, no bairro Jardim Concórdia, funcionava como ponto de drogas. No local, a Polícia encontrou considerável quantidade de droga, materiais utilizados para o preparo e venda do entorpecente, além da peça que o liga ao crime: o mesmo edredon usado para amarrar Darlen.

“A prova fundamental foi parte do edredon rosa que foi usado para amarrar, ele ficou na casa do Tiago”, completou o delegado. Coube a ele hospedar a vítima e para matar Darlen, Tiago contou com a ajuda de José Valdir de Freitas Ferreira.

Cassote, como o comparsa é conhecido, foi preso no último dia 22, na região Sul da cidade. No momento da prisão ele tentou resistir. Não aceitou que fossem colocadas algemas, o que levou a Polícia a usar a força. Na tentativa de dar fim ao chip de celular, Cassote mastigou e quase engoliu.

Para a Polícia, ele confessou ser um dos executores e que foi de carro, um Fiat Pálio preto, até a casa de Tiago pegar a vítima que já estava amarrada no sofá, para levar até a execução, na estrada de acesso ao aeroporto Santa Maria.

Motivação - No dia 19 de outubro, quando Everton foi apresentado pela Polícia à imprensa, alegou que mandou matar a mulher porque ela estava tendo um relacionamento amoroso com outra pessoa, na tentativa de atribuir ao crime, motivação passional.

No crime, a dupla usou duas armas diferentes, um revólver calibre 38 e uma pistola 9 milímetros.

Mas a Polícia não descarta que Darlen foi morta por conta de um desentendimento entre integrantes da quadrilha. A mulher tinha mandado de prisão em aberto por roubo e já havia antecedentes criminais por tráfico de drogas e pode ter sido morta num acerto de contas por dívidas em relação à venda de drogas.

Tanto Tiago como José Valdir eram foragidos da Colônia Penal Agrícola por tráfico de drogas.

A relação de Tiago com dois crimes leva a Polícia a ressaltar a prática em várias outras ‘áreas’ criminosas. “O que temos de ponto de ligação entre os casos é o Tiago, como autor do homicídio, envolvimento nos arrombamentos, tráfico de drogas, uma vida que gera em torno da prática de crimes”, classificou o delegado Márcio Oshiro Obara.

 Tiago vai responder pelos crimes de: tráfico de drogas, homicídio doloso qualificado, duas tentativas de roubo e explosão e formação de quadrilha. Já José Valdir pelo crime de homicídio doloso qualificado.

Nos siga no Google Notícias