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Capital

Acusado de morte em cela nega crime: “não sou uma pessoa criminosa”

No corpo da vítima, foi escrito “CV” e “Era CV” com pasta de dente, sinalizando a guerra de facções criminosas

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 15/06/2022 11:31
Marco Antônio durante julgamento por videoconferência (Foto: Henrique Kawaminami) 
Marco Antônio durante julgamento por videoconferência (Foto: Henrique Kawaminami)

Durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, na manhã desta quarta-feira (15), Marco Antônio de Souza Neto, de 32 anos, conhecido como Marquinhos ou Farinha, acusado de participação na morte de Julian Kenedi Vilhalva da Silva, negou o crime. “Não sou uma pessoa criminosa”, disse. No total, seis são acusados de espancar a vítima e depois enforcá-la.

Julian de 31 anos, que foi enforcado para simular suicídio, e os réus  dividiam cela no Instituto Penal de Campo Grande. O crime foi na tarde do Natal de 2019. No corpo da vítima, foi escrito “CV” e “Era CV” com pasta de dente, sinalizando a guerra de facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho). Na parede da cela também foi escrito “1533 NÃO PASSA NADA”. Os números são relativos às 15ª e à 3ª letra do alfabeto, que juntas formam PCC.

Além de Marco Antônio, são acusados pelo crime Otávio Gomes da Cruz Pereira (que confessou a autoria), Leandro Carrilho de Abreu, Edevaldo Carlos Pereira, Pedro Henrique Gonçalves Benites e Junior Fábio de Jesus Barbosa.

Da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), por videoconferência, apenas Marco Antônio passa por julgamento nesta manhã. O processo dos outros acusados foi desmembrado. Indagado pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, se queria contar sua versão sobre os fatos, Marco Antônio disse: “Vou responder, porque não tenho nada com isso. Não sou uma pessoa criminosa, vou ficar quieto como?”, afirmou.

Segundo ele, nunca teve amizade com os companheiros de cela e não conhecia a vítima. “Nunca tive amizade, nunca vi na vida. Eles são do PCC e conheci no presídio. Eu não sou de organização criminosa. Nunca fiz parte. Só dividi a cela com o Edvaldo. Não tenho participação nesse crime”, destacou.

Ele afirmou que foram os companheiros de cela que mataram Julian. “Primeiramente quando ele [a vítima] chegou na cela forte, ele já chegou machucado, sem dente, com olho roxo. Chegou ele e outro cara na mesma hora, eles trocaram soco. Aí ele caiu no chão e Gaguinho passou a corda no pescoço dele”, disse.

Segundo Marco Antônio, havia 20 pessoas na cela quando o crime ocorreu, mas a vítima foi agredida e morta por Otávio, Leandro, Edevaldo e Júnior. "E foi assim que aconteceu. Nunca fui integrante do PCC. Se eu não fiz, como vou falar que eu fiz. Minha consciência está tranquila, garanto pro senhor. Quero saber porque meu nome foi citado em organização criminosa se eu nunca vi eles? Nem conheço esses cara". O resultado do julgamento deve ser divulgado no período da tarde.

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