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Capital

Além de transtornos, greve causará confusão na reposição de aulas

Michel Faustino e Flavia Lima | 23/06/2015 19:34
Alunos estão sendo dispensados mais cedo em escolas que aderiram parcialmente a greve. (Foto: Marcos Ermínio)
Alunos estão sendo dispensados mais cedo em escolas que aderiram parcialmente a greve. (Foto: Marcos Ermínio)
Comunicados estão sendo colocados em frente às escolas para notificar pais e alunos sobre horários que não haverá aulas. (Foto: Marcos Ermínio)
Comunicados estão sendo colocados em frente às escolas para notificar pais e alunos sobre horários que não haverá aulas. (Foto: Marcos Ermínio)

A greve dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) completou um mês nesta terça-feira (23) e tem causado dor de cabeça a muitos pais e deve gerar transtornos aos alunos, que terão que repor as aulas aos sábados, inclusive nas férias. O calendário deve ser prejudicado, principalmente, pela falta de padrão na adesão da greve nos estabelecimentos de ensino.

Segundo o secretário de Administração e interino na Educação, Wilson do Prado, o calendário escolar de reposição só será definido após o término da greve.

Ele reconhece que o fato de algumas escolas funcionarem parcialmente prejudica o processo pedagógico dos alunos, já que os conteúdos acabam sendo repassados apenas para uma parte da turma. Das 94 escolas existentes no município, 30 estão funcionando normalmente, 55 de forma parcial e 13 aderiram totalmente a paralisação.

Na Escola Municipal Professora Danda Nunes, por exemplo, os alunos do 6º ao 9º ano, dos períodos matutino e vespertino, tiveram as aulas suspensas nesta terça-feira e só devem retornar com o fim da greve. As aulas estão mantidas somente para os alunos do 5º ano.

Já na escola professor Arrassuay Gomes de Castro, no bairro Miguel Couto, os alunos do 9º ano, período matutino, foram dispensados mais cedo, às 10h.

Para a dona de casa Maria dos Santos Lurdino, de 35 anos, a situação é preocupante. Segundo ela, só na semana passada teve que pegar o filho três vezes na escola.

“Essa situação é complicada. Eu que fico em casa é difícil ter que ficar vindo buscar o filho, imagino para quem tem um monte de compromisso. E ainda tem escola que é organizada, tem um monte de amiga minha que reclama que eles não tão nem avisando e simplesmente soltam as crianças”, comentou.

Wlson do Prado ressaltou que apesar de não ter definições quanto as reposições, elas terão que acontecer também aos sábados e garantiu que todas as aulas perdidas serão repostas.

"Sabemos que o desenvolvimento do aluno fica prejudicado, mas não podemos coibir a greve, já que é um direito legal dos professores", diz.

O presidente do ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais de Educação), Geraldo Gonçalves, também reconhece a ineficiência do funcionamento parcial das escolas.

Segundo ele, um comunicado foi emitido aos diretores dessas unidades, na tentativa de sensibilizar os professores que estão trabalhando de forma parcial quanto aos prejuízos que podem acarretar ao processo de compreensão do conteúdo por parte dos alunos.

Os professores pedem reajuste de 13,01%. O Executivo oferece 8,5%, porém prometeu uma nova contraproposta após ajustar a folha e reduzir o limite prudencial, em conformidade com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Remuneração – Segundo a prefeitura, desde 2011, os professores obtiveram reajustes acumulados de 62,78%, três vezes acima da inflação, que no período ficou em 24,10%. Estes aumentos impactaram em 95% a folha de pagamento dos professores, que passou de R$ 20,7 milhões para R$ 40,4 milhões. O salário-base passou de R$ 1.564.06 para R$ 2.546,06 (de licenciatura).

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