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Capital

Após 11 anos, último trecho de macroanel é depósito de lixo e espera sinalização

Trevo na BR-163 abrirá acesso até Rotatória do Inferninho, mas trecho ainda não tem pintura e placas

Caroline Maldonado e Gabrielle Tavares | 31/05/2022 13:50
Trecho do anel rodoviário próximo ao cruzamento com a MS-080, onde fica a Rotatória do Inferninho. (Foto: Marcos Maluf)
Trecho do anel rodoviário próximo ao cruzamento com a MS-080, onde fica a Rotatória do Inferninho. (Foto: Marcos Maluf)

São pouco mais de 21 quilômetros de asfalto desgastado, com acostamento engolido por mato e entulho em muitos trechos, onde passam poucos veículos, mas tem um vai e vem de caminhões de caçambeiros. Parece até uma estrada de pouca importância, mas é o último trecho do anel viário, um cinturão de vias ao redor da Capital para desafogar avenidas castigadas pelo tráfego de caminhões pesados, como é o caso da Avenida Mascarenhas de Moraes.

Com obra iniciada há 11 anos, trata-se do anel que começa no cruzamento com a MS-080, conhecido como Rotatória do Inferninho, cruza a MS-010 (saída para Rochedinho) e termina na BR-163, em trecho que fica depois da região do Bairro Nova Lima, na saída para Jaraguari. No mapa, a via começa nomeada apenas como Rodoanel e a partir do cruzamento com a MS-010, chama-se Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad.

A obra, que desde o início custou mais de R$ 30 milhões, ficou paralisada por quatro anos e foi retomada em outubro de 2017, quando foi concluído o processo de desapropriação e indenização de chácaras que estavam no caminho.

Na época, a prefeitura de Campo Grande também incluiu obras de drenagem que não estavam previstas no projeto inicial, mudou o planejamento da rotatória na MS-080 e incluiu a construção de uma rotatória no cruzamento com a MS-010.

Trevo na saída para Cuiabá

Obra do trevo na BR-163 com o anel rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)
Obra do trevo na BR-163 com o anel rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)

Agora, falta a conclusão da obra do trevo na BR-163 para que seja liberado o acesso de quem vem de Jaraguari, Bandeirantes e Cuiabá (MT). Essa obra foi licitada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e está sendo feita pela Concreta Construção e Incorporação, ao custo de R$ 3,1 milhões.

A obra começou em março deste ano e a empresa prevê entregar em cinco meses, ou seja, no fim de agosto, segundo o responsável técnico, engenheiro civil Diego Assumpção.

“Já estamos na fase de pavimentação. Depois faremos drenagem, meio-fio e sinalização horizontal e vertical. Quando o trevo ficar pronto, precisaremos que seja feita sinalização horizontal e vertical no anel rodoviário para liberar esse acesso. Segundo o Dnit, a prefeitura vai providenciar isso. Vamos esperar ficar pronto, pois não há como liberar o acesso sem isso”, comentou o engenheiro.

Secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fioresi. (Foto: Marcos Maluf)
Secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fioresi. (Foto: Marcos Maluf)

Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fioresi, disse que não há previsão de obra da prefeitura no local, apenas uma limpeza dos entulhos às margens da via.

“A parte da prefeitura está pronta. O trecho está liberado já faz anos. Terminando a rotatória, vai colocar em operação o trecho do anel viário”, disse.

A reportagem espera resposta do Dnit sobre a previsão de implantação de sinalização horizontal e vertical, que são pinturas e placas, no anel rodoviário.

“Lixão”

Entulhos às margens no anel rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)
Entulhos às margens no anel rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)

Passando pelo anel, a reportagem flagrou o tráfego de caminhões de caçambas cheias de entulhos. São eles que trazem o lixo que é jogado às margens da via, segundo pessoas que trabalham em empresas nas proximidades.

Armador de ferragens, Felipe Rodrigues, de 27 anos, que trabalha próximo ao anel rodoviário. (Foto: Marcos Maluf)
Armador de ferragens, Felipe Rodrigues, de 27 anos, que trabalha próximo ao anel rodoviário. (Foto: Marcos Maluf)

Em muitos trechos o acostamento é um “lixão” de embalagens, móveis, resto de construção e podas de árvores.

“Sempre a gente vê caçambeiros jogando lixo. O asfalto está ruim. Acredito que não vai suportar o tráfego de veículos quando terminarem o trevo e os caminhões passarem aqui”, comentou o armador de ferragens, que trabalha em empresa próximo à estrada, Felipe Rodrigues, de 27 anos.

Caminhão com caçamba de entulhos de construções circula pelo asfalto onde são descartados. (Foto: Marcos Maluf)
Caminhão com caçamba de entulhos de construções circula pelo asfalto onde são descartados. (Foto: Marcos Maluf)

A estrada nunca recebeu pintura ou placas de sinalização, segundo o operador de máquinas que trabalha nas proximidades, Alexandro Messias, de 33 anos.

“A cada três ou seis meses, a prefeitura faz limpeza ao redor da estrada, mas sempre jogam mais lixo”, conta Alexandro.

Desgaste

Trecho do Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)
Trecho do Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Marcos Maluf)

Depois de 11 anos, o asfalto já esfarela nas beiradas e apresenta o desgaste do tempo, com buracos e remendos. Como saber se o pavimento vai suportar o tráfego de caminhões da BR-163, da MS-080 e da BR-262? Ao que tudo indica, o trecho vai precisar de uma avaliação técnica.

“Para saber se está adequado é difícil falar, pois teria que fazer um estudo de tráfego, para posteriormente, calcular o pavimento. Provavelmente, devem ter feito quando iniciaram a obra”, comenta o engenheiro responsável pelas obras do trevo.

Entenda o macroanel

Mapa mostra o macroanel, rota que contorna Campo Grande atualmente, sem o acesso do trevo na BR-163. (Imagem: Reprodução/Google Maps)
Mapa mostra o macroanel, rota que contorna Campo Grande atualmente, sem o acesso do trevo na BR-163. (Imagem: Reprodução/Google Maps)

Suportando ou não o tráfego, quando a sinalização ficar pronta o trevo vai ser liberado e novo trecho vai ser o fim do macroanel. O mapa acima mostra a rota que contorna Campo Grande, atualmente, sem o acesso do trevo na BR-163.

A anel vai desafogar o tráfego de veículos pesados nas Avenidas Euler de Azevedo e Mascarenhas de Moraes, que ficam dentro da cidade e sofrem com o trânsito de veículos pesados. A Mascarenhas está cheia de ondulações e remendos. Já a Euler de Azevedo foi recapeada e teve trecho duplicado pelo Governo do Estado, em 2018.

Avenida Mascarenhas de Moraes, próximo à rotatória com a Rua 14 de Julho. (Foto: Marcos Maluf)
Avenida Mascarenhas de Moraes, próximo à rotatória com a Rua 14 de Julho. (Foto: Marcos Maluf)

Com o macroanel finalizado, quem vem de Cuiabá (MT), usará o trecho no anel para chegar às saídas para Corumbá (BR-262) e Sidrolândia (BR-060). Abaixo, o mapa mostra o trecho do anel rodoviário que espera sinalização.

No mapa, a via começa nomeada apenas como Rodoanel e a partir do cruzamento com a MS-010, chama-se Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Reprodução/Google Maps)
No mapa, a via começa nomeada apenas como Rodoanel e a partir do cruzamento com a MS-010, chama-se Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad. (Foto: Reprodução/Google Maps)


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