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Capital

Após afastamento de servidores por suspeita de tortura, Unei tem novo diretor

No dia 24 de janeiro, diretor e agente de segurança da unidade foram afastados dos cargos, por decisão da Justiça

Luana Rodrigues | 30/01/2017 14:03

A Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco de Campo Grande tem novo diretor. A nomeação do agente de segurança, Halison da Silva Araújo, foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (30).

Segundo a publicação, a nomeação é retroativa ao dia 24 de janeiro, data em que o então diretor da unidade, Jean Lesseski Gouveia, e o agente de segurança, Maurício César Lagoa, foram afastados de seus cargos, suspeitos de permitirem crimes de tortura a reeducandos da unidade de internação.

O afastamento dos servidores assinado pelo secretário-adjunto da Sejusp (Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, foi publicado no dia 23 deste mês, no Diário Oficial do Estado, em atendimento à determinação  de duas ordens judiciais.

Os processos estão sob sigilo, contudo um relatório do SNPCT (Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura), órgão federal vinculado à Secretária de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, indica a prática de tortura e abuso de autoridade contra adolescentes de 12 a 20 anos.

A vistoria à unidade, que fica na saída para Três Lagoas, foi feita em setembro do ano passado. No mês de novembro, o Campo Grande News já havia divulgado os dados do relatório.

Durante à visita, foi constatado que a tortura era uma prática recorrente e disseminada na unidade. “Os relatos de ameças, agressões físicas e psicológicas são constantes na unidade”, diz o texto. Ainda conforme o relatório, esta prática criminosa varia desde agressão física direta, até a utilização do frio, da umidade e da privação de saneamento básico.

A unidade dispõe de 75 servidores, sendo 59 agentes, dois motoristas, dois gestores de artes, cinco assistentes sociais, cinco psicólogas, um inspetor de disciplina e o diretor (que foi afastado). Além desses, há outros três profissionais da enfermagem, um médico, e mais 13 professores, vinculados à Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria de Estado de Educação, respectivamente.

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