Após protestos, ambulantes se instalam na Orla Ferroviária
Eles receberam notificação da Semadur para sair imediatamente da Rua 14 de Julho, cuja revitalização será inaugura nesta semana

Depois de protestos, cerca de 30 ambulantes da região central começaram a se instalar na Orla Ferroviária, localizada entre a Avenida Afonso Pena e Avenida Mato Grosso, na região central de Campo Grande. O espaço, onde o prefeito Marcos Trad (PSD) autorizou os autônomos a ficarem, recebeu melhorias, como poda de árvores, instalação de lâmpadas de LED e demarcação de pontos, na manhã deste sábado.
Conforme o prefeito, o acordo foi para que eles se concentrassem naquele ponto, o que deve tornar-se permanente. “Do jeito que eles estavam na 14 de Julho era ruim até para eles próprios.Fizemos uma reunião e eles escolheram um lugar. Agora eles não querem mais sair dali”, afirmou.
Desde junho do ano passado, a rua 14 de Julho passa por obras de revitalização. Primeiro trecho a receber investimentos do projeto Reviva Centro, a revitalização da via é executada com R$ 49,2 milhões, de um total de US$ 56 milhões (cerca de R$ 200 milhões) emprestados do BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento).
Com previsão de inaugurar na próxima semana, a rua vai adquirir outro caráter e terá as calçadas como espaço prioritário para o trânsito de pedestres. Desta forma, os ambulantes acabaram sendo obrigados a deixar o espaço.
No entanto, a mudança foi avaliada como benéfica pelo representante dos ambulantes, Wanderson Ferreira de Oliveira. “É o melhor lugar, porque tem proximidade com o camelódromo, com a Morada dos Baís, as próprias lojas de aviamentos”, explicou. Segundo ele, 39 vendedores vão se instalar no local.
Dois ambulantes já estavam instalados no local na manhã deste sábado. Eles avaliaram a mudança como positiva. Moisés Fabiano de Souza atua como camelô desde os tempos em que o comércio informal se concentrava no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, no final dos anos 90 e início dos anos 2000. “Vai ser bom para socializar com quem vive em volta”, acredita.
Ele trabalha com a venda de meia e outros artigos. A expectativa é que o local receba também barracas de garapa, churrasco grego, açaí e artesanato.
As medidas foram adotadas depois de manifestação dos vendedores ambulantes na manhã desta sexta-feira, em frente à prefeitura, contra a ordem de saída imediata da região central, em notificação entregue por fiscais da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana).