Após um mês da chegada do coronavírus, Campo Grande ensaia vida normal
Agora, quem sai de casa se divide entre a satisfação de ver a economia girar e o medo do avanço da covid-19
Aline dos Santos e Clayton Neves | 13/04/2020 08:18
Corrida pelo ônibus, cena típica de segunda-feira, agora é com máscara de proteção. (Foto: Henrique Kawaminami)
Praticamente completando um mês da primeira confirmação do novo coronavírus, a Campo Grande que amanhece nesta segunda-feira (dia 13) ainda não tem o mesmo ritmo da Capital de 30 dias atrás.
Enquanto uma diversidade de máscaras circula nos rostos pela cidade, a suspensão das aulas deixa as ruas mais esvaziadas de gente e carros. Agora, quem sai de casa se divide entre a satisfação de ver a economia girar e o medo do avanço da covid-19 sem o isolamento domiciliar.
De igual, segue o céu azul das manhãs e a temperatura que apesar do Outono mais se assemelha ao calor do Verão. Na Avenida Afonso Pena, no Centro, o barulho dos ônibus já soa alto.
Eles voltaram a circular para toda a população no dia 6, com exceção das gratuidades para idosos e estudantes. Hoje, apesar da regra de só circular com passageiro sentado, a linha 506 (Pioneiros ao Terminal Morenão) já tinha um cenário velho conhecido: pessoas em pé no transporte coletivo.
Com máscara, pedestre circula entre os carros no Centro de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
“Acho que ainda não voltou ao normal completamente, mas uns 50%. Acho que só volta a ser como era antes quando liberar todos os setores. Pelo lado da economia é bom porque as pessoas precisam trabalhar. Pela saúde é ruim, porque a doença pode se agravar”, afirma a auxiliar administrativo Leila Silva, 32 anos.
A empregada doméstica Sara Lopes Vieira, 25 anos, conta que percebe as ruas e ônibus mais vazios sem os estudantes. “Também acho que ainda não voltou ao normal pela demora no ônibus. Estou esperando há 30 minutos”, diz Sara, que estava na Praça Ary Coelho.
Bicicleta, carro e ônibus marcam presença na Avenida Afonso Pena. (Foto: Henrique Kawaminami)
Para a técnica de enfermagem Jaqueline Rodrigues dos Santos, 34 anos, já tem muito mais gente na rua do que deveria, levando em consideração a prevenção ao coronavírus.
Apesar de regras proibindo, passageiros seguem viagem em pé na linha 506, que liga Pioneiros ao Terminal Morenão. (Foto: Direto das Ruas)
“As pessoas não enxergam a realidade, acham que como não aconteceu na família ou entre eles não é coisa grave. Aqui ainda não chegou como no Rio de Janeiro e São Paulo. E se chegar ?”, questiona a profissional da Saúde.
Em Campo Grande, muitas atividades comerciais retornaram ao atendimento, como lojas e salões de beleza. Academias e shoppings seguem fechados.
A Capital tem 51 casos confirmados de coronavírus. Em 14 de março, eram dois casos positivos para a covid-19.