ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Artista negro acusa policiais militares de racismo em Campo Grande

Ítalo Milhomem | 29/03/2011 08:42
Eduardo afirma que foi chamado de "macaco" e "crioulo vagabundo" ao ser abordado por policiais militares (Foto: Ítalo Milhomem)
Eduardo afirma que foi chamado de "macaco" e "crioulo vagabundo" ao ser abordado por policiais militares (Foto: Ítalo Milhomem)

O ator e produtor cultural, Eduardo Miranda Martins, de 25 anos, diz ter sido abordado por policiais militares com termos racistas e preconceituosos na noite da última sexta-feira (25), após sair de uma apresentação cultural em comemoração a semana do teatro e circo que ocorria no Teatro de Arena do Horto Florestal de Campo Grande.

Ele conta que ao voltar para casa a pé, foi abordado por policiais na rua 7 de setembro na região central da cidade. Os policias apontaram as armas para Martins e o chamaram de “macaco”, “crioulo vagabundo” e disseram para levantar as mãos até a cabeça.

Diante das agressões verbais e do preconceito ele teria revidado, dizendo que ele não era macaco nem crioulo vagabundo e acabou detido e algemado por desobediência e desacato.

Segundo ele, não foi possível identificar os policiais porque eles estavam com coletes de balas e não estavam com os nomes nos uniformes.

Martins atua junto ao Pontão Guaicurus, um dos pontos de cultura mais antigos da Capital. Ele ainda conta que foi obrigado ficar nu durante a revista na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), enquanto ouvia piadas racistas e ameaças.

“Um dos policiais me ameaçou dizendo que a próxima vez que me abordasse não me levaria para delegacia”, afirmou o ator.

O ator ficou cerca de 40 minutos encarcerado junto com outros detentos de vários crimes. Ele foi liberado após assinar o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), se comprometendo a ir a delegacia assim que for chamado para esclarecer a ocorrência.

Indignado com a situação, o jovem disse que estuda processar o Estado pela humilhação sofrida e pelo mau preparo dos policiais que agiram com preconceito durante a abordagem. Ele afirma que já procurou a comissão de Direitos Humanos da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul) para acionar a corregedoria da Polícia Militar para investigar a atitude dos policiais.

Outra Versão-Na versão policial, que consta no boletim de ocorrência, os policiais se depararam com Eduardo numa região de vendas de drogas em atitude suspeita, e ao ser abordado o ator não obedeceu as ordens de colocar as mãos na cabeça e teria revidado dizendo, “que está acontecendo irmão? Sou ator, tenho nível superior e não posso ser tratado deste jeito”.

Após a conversa, foi dada voz de prisão, e os policiais dizem que tiveram de usar a força para algemar Eduardo, que segundo os policiais resistiu à prisão.

De acordo com a Polícia Civil, o jovem não tem outras passagens pela polícia e também ainda não registrou a ocorrência contras os policiais militares.

Nos siga no Google Notícias