Asfalto esburacado danifica carros e vira risco para motociclistas
Mesmo em tempo de estiagem, os buracos e remendos no asfalto em Campo Grande estão provocando reclamações de motoristas e de motociclistas. A queixa é quanto aos transtornos, como pneus furados e rodas amassadas, além do risco de quedas para quem anda de moto.
Algumas vias são campeãs em reclamações. A avenida das Bandeiras e a Bandeirantes são desaconselhadas por vários motoristas.
“Se pudesse eu nem passaria por aqui. É irritante andar todo dia como se estivesse em uma rua sem asfalto. Estragando todo o meu carro”, diz o funcionário público Cezar Olivante, 37 anos, que cruza várias vezes por dia a avenida das bandeiras.
A avenida Guaicurus, a Tiradentes, além da Consul Assaf Trad, Vitório Zeola, e Marquês de Lavradio, também fazem parte da lista de queixas.
"Faz um ano que eu comprei meu carro e ele já está com vários barulinhos. Sei que é por causa do asfalto. Revolta", acredita a estudante Juliana Sá.
Os motoristas precisam ter paciência, e dinheiro, para enfrentar diariamente trechos que estragam veículos. Em algumas regiões o asfalto é tão precário que os condutores andam lentamente para não ter problema.
Sem ter como evitar certos trechos, acabam sentindo no bolso o asfalto em péssimo estado. “Para fazer a manutenção do meu carro, só na suspensão, é quase R$ 400”, relatou a taxista Elinei Marçal Silva, 45 anos.
“Além disso, a manutenção do carro precisa ser feita constantemente por causa do asfalto”. Até mesmo veículos novos, com menos de um ano de uso, já precisam receber a revisão da suspensão, como contou a taxista.
Buraco na pista, perigo constante-Para os condutores de motocicletas a situação é ainda pior já que ficam expostos fisicamente. As quedas de motociclistas são mais frequentes do que se pode imaginar.
“Já cai por causa desses remendos no asfalto e me ralei inteiro. Eu me desequilibrei e acabei caindo”, disse o moto-entregador Sidnei da Silva, 18 anos. O jovem diz que as peças da moto ficam frouxas com tanta trepidação.
O mecânico Alan Garcia, 32 anos, afirma que andar nas ruas onde o asfalto é todo remendado ou com buracos é “muito pior do que andar em estrada de chão. “O impacto é mais seco no asfalto, estragando mais o carro”.
O irmão, Aires Garcia, 29 anos, também mecânico, completa dizendo que a terra absorve melhor o choque do carro. “É melhor andar na terra. Esse asfalto estraga o amortecedor, a bucha da suspensão, desalinha o pneu, empena a roda. Você tem que fazer mais manutenção do que um carro que não ande nesses locais”, disse Alan.
O dono de uma bicicletaria cobra até R$ 20 para desamassar a roda de moto. “Chega direto aqui na minha loja. Eu ando de moto também é sei como é bravo andar por aí”, disse Emerson Antônio, 45 anos.
Ele conta também que às vezes até mesmo ciclistas aparecem na loja para desamassar o aro. “De bicicleta eu cobro R$ 8”. Mesmo lucrando com o problema alheio, Emerson clama por um recapeamento. “Ouvi dizer que vão mexer na avenida das Bandeiras, mas não tenho certeza”, finalizou.
O mototaxista Juliano Aparecido Ferreira, 35 anos, contou que evita passar por ruas remendadas, com desníveis e com buracos. Ele garante que os cuidados não são apenas com a moto, mas também com a saúde. “Dói os braços andar todo tempo por ruas assim”.
“Quando a gente está com clientes não tem como escolher o caminho, mas quando estou sozinha evito passar por ruas com asfalto ruim”, disse a taxista Elinei.
De acordo com a assessoria da prefeitura,das ruas citadas, a Bandeiras deve receber recapeamento nos próximos meses. Os trabalhos estão em processo de licitação.
Também existe a previsão de recapeamento no centro da cidade, segundo informou esta semana o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, em entrevista ao Campo Grande News
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura a população pode ligar para o telefone 3314-3676 e avisar quando houver buracos nas ruas pavimentadas. Ainda segundo a assessoria, o serviço tapa-bura atende toda a cidade.