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Capital

Campo Grande proíbe roda de tereré, mas até hoje não multou ninguém

Consumo compartilhado de tereré e narguilé na cidade está proibido desde 7 de julho, conforme decretos

Guilherme Correia | 31/07/2020 13:06
Tereré é consumido por diversas pessoas em Mato Grosso do Sul e Campo Grande (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Tereré é consumido por diversas pessoas em Mato Grosso do Sul e Campo Grande (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

Prática típica de boa parte dos sul-mato-grossense, a "roda de tereré" está proibida em Campo Grande até 16 de agosto, por meio de decreto, como forma de tentar prevenir disseminação do novo coronavírus. Mas desde que a proibição começou, em 7 de julho, nenhum campo-grandense foi penalizado pelo ato.

Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Campo Grande reforçou que o decreto prevê que quem descumprir as medidas pode responder por crimes contra a saúde pública e contra a administração pública em geral, conforme tipificado no Código Penal.

A Vigilância Sanitária é quem realiza as penalizações, com base no Código Sanitário do Município de Campo Grande. Nele, está previsto multa de R$ 100 até R$ 15 mil para quem transgredir normas vigentes que visam proteger a saúde humana, ou colocar a mesma em risco.

O Campo Grande News questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) se houveram fiscalizações de pessoas que compartilhavam tereré ou narguilé, mas foi informado, em nota, que não houve nenhuma autuação ou notificação registrada por esse fato.

"A orientação é para que as pessoas sigam tais recomendações em tenham bom senso com relação ao cumprimento das mesmas, uma vez que desta forma estão colocando a própria saúde e de terceiros em risco", diz a nota.

Decretos - O primeiro decreto a respeito da prevenção contra a covid-19 em Campo Grande foi publicado em 15 de março, no dia seguinte à confirmação dos dois primeiros casos da doença na Capital, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Eram exigidas medidas como proibição de aglomerações e disposição de álcool em gel para "enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional", mas não citava o tereré.

A proibição em questão só foi estipulada na prática quatro meses depois disso, em 7 de julho, quando já havia 24 mortes pela doença na Capital. O decreto continuava a proibir aglomeração de pessoas em quaisquer tipos de eventos, e também o compartilhamento de objetos, inclusive narguilés e tererés.

Na metade de julho (15), quando Campo Grande registrava 45 mortes pela doença, decreto repetiu a proibição. Mesmo assim, diversos foram os relatos enviados por meio do Direto das Ruas, de pessoas descumprindo as recomendações médicas e tomando tereré juntas.

Relato anônimo enviado ao Campo Grande News sugere que locais como o mirante do aeroporto é ponto de encontro para diversas pessoas que vão para compartilhar tereré e narguilé, em desacordo com medidas restritivas.

A atual restrição foi publicada ontem (30), e dá continuidade à medida, junto a outros pontos como consumo de bebidas em conveniências ou realização de quaisquer eventos que possam gerar aglomerações, por exemplo. As medidas estão previstas para até 16 de agosto.

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