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Capital

Capital tem mais de 50% dos casos de Aids, mas incidência no Interior preocupa

Paula Vitorino | 01/12/2011 14:19

Incidência da Aids a cada 100 mil habitantes é maior no municípios do Interior, com Bandeirantes no topo do ranking

Teste rápido é realizado com uma "picada" no dedo. (Foto: Simão Nogueira)
Teste rápido é realizado com uma "picada" no dedo. (Foto: Simão Nogueira)

No Dia Mundial de Combate a Aids, os dados das secretarias de saúde do Estado e Capital mostram que a doença apesar de permanecer estável ainda preocupa e cada vez mais se espalha pelos mais diferentes grupos.

A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Clarice Souza, chama a atenção para a interiorização da doença, ou seja, a maior incidência de casos em municípios pequenos.

Desde 1984, quando foi registrado o primeiro caso de Aids em Mato Grosso do Sul, foram diagnosticados 6.046 pacientes. Campo Grande foi responsável por mais da metade dos casos, com 3.358 registros.

Só neste ano foram 118 novos pacientes na Capital. Mas mesmo com o maior número de casos, a taxa de incidência da doença a cada 100 mil habitantes é de 15%, percentual bem menor que de cidades pequenas do Estado.

A cidade de Bandeirantes aparece com a maior incidência, de acordo com o levantamento do ano de 2011. Foram 4 novos casos de soropositivo, o que representa 60% da população do município, considerando o cálculo para cada 100 mil habitantes.

Jardim, São Gabriel e Sonora aparecem em seguida, com a incidência de 49% para cada 100 mil habitantes. Dourados completa a lista dos cinco municípios, com 35% de incidência.

O médico infectologista e coordenador do Programa Municipal de DST/Aids, Erivaldo Elias Junior, ainda frisa que não existem mais grupos de risco, e sim, atitudes de risco.

"A Aids não é mais restrita a um grupo e todos estão suscetíveis ao contágio", diz.

Mulheres e idosos - Outro dado que chama a atenção é o aumento da doença entre as mulheres e pessoas com mais de 50 anos. Em Jardim, a coordenadora do Programa de DST/Aids afirma que a proporção já se inverteu, e hoje é maior a incidência entre as mulheres.

“Isso é muito preocupante porque a doença começou com incidência nos homens e agora já se espalhou entre as mulheres também”, diz.

Na Capital, os homens representam 2.249 dos casos e as mulheres 1.109.

Já Erivaldo chama a atenção para o aumento da doença na população acima dos 50 anos. Segundo ele, o principal fator é a falta do uso de preservativos.

No entanto, a população entre 20 e 39 anos continua com a maior incidência da Aids, com 2.118 dos casos registrados na Capital.

Qualidade de vida - Dentre os 3.358 casos de Aids registrados na Capital, 1.249 morreram, segundo dados da Sesau. Mas o coordenador Erivaldo ressalta que o número de óbitos vem diminuindo devido aos novos medicamentos, que proporcionam qualidade de vida para o soropositivo.

“A partir de 2000 surgiram novas medicações e opções de tratamento para o paciente. Hoje não existe um tempo para a vida do soropositivo e a tendência é vermos a partir de agora os efeitos desses remédios nos pacientes, prolongando com qualidade o tempo de vida”, frisa.

Erivaldo ressalta que o portador do vírus pode ter uma vida normalmente, sendo que o preconceito ainda é o que mais preocupa.

“Antes a doença era relacionada a morte e alguns grupos específicos, mas agora não tem mais isso”, diz.

O tratamento adequado e o diagnóstico precoce são fundamentais para a qualidade de vida do soropositivo. Alimentação adequada e exercícios físicos também ajudam a proteger o organismo de doenças oportunidades da baixa imunidade.

O HIV, vírus causador da Aids, ataca as células de defesa do organismo, deixando o paciente mais suscetível a doenças oportunistas. As medicações atuam no sistema imunológico do paciente, fazendo que o organismo seja capaz de se defender como acontece em pessoas que não possuem o vírus.

Todo o medicamento é fornecido pelo SUS, assim como o teste de HIV, que pode ser feito em qualquer unidade de saúde.

Prevenção - Ao longo desta quinta-feira (1), em comemoração ao Dia de Combate da Aids, equipes da Sesau estão na Praça do Rádio Clube para oferecer orientações e realizar o teste rápido.

Qualquer pessoa pode fazer o teste, mas ele é recomendado para pessoas que tiveram algum comportamento de risco. O paciente primeiro passa por uma orientação psicológica e depois faz o teste, que é feito com uma gota de sangue do dedo e fica pronta em 15 minutos.

Até o fim desta manhã, foram feitos 13 testes e nenhum apresentou resultado positivo. O teste é sigiloso e se apresentar resultado positivo o paciente ainda precisa fazer uma contra-prova.

Para muitas pessoas a ação na Praça foi a oportunidade de conhecer mais sobre a doença e fazer o teste.

“Toda pessoa deve fazer e se é algo gratuito, por que não fazer? A doença descoberta no início é muito fácil de se tratar. As pessoas precisam deixar o medo de lado”, diz a enfermeira Mara Alice Bergamo.

O teste também pode ser feito nas duas unidades do Hospital Dia – Nova Bahia e Hospital Universitário. O exame tradicional ainda pode ser realizado nas unidades básicas de saúde.

As ações itinerantes da Sesau continuam nesta sexta e sábado, na Feira Central. Os funcionários irão distribuir folhetos e realizar os testes rápidos. Mais informações também podem ser obtidas no site http://www.capital.ms.gov.br/dstaids.

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