Condomínio recém-entregue tem denúncia de falhas graves e risco de incêndio
Inaugurado há 5 meses o empreendimento está com infiltrações e vazamentos que fogem do padrão projetado
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Moradores do Condomínio Castel Di Veneza, localizado no Jardim Seminário em Campo Grande, denunciam graves problemas estruturais em obra recém-entregue pela MRV Engenharia. Entre as principais irregularidades está um vazamento na rede de hidrantes que compromete o sistema de combate a incêndio. O condomínio, entregue em março, apresenta 27 itens com defeitos, incluindo infiltrações, rachaduras e problemas no portão veicular. O síndico Rafael Oliveira notificou extrajudicialmente a construtora em julho e registrou boletim de ocorrência. A MRV alega que o prazo de reclamações venceu e não se pronunciou sobre as denúncias.
Alegando falhas na construção, moradores e síndico do Condomínio Castel Di Veneza cobram que a construtora responsável pela obra faça reparos emergenciais no empreendimento recém-entregue.
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O condomínio localizado no Jardim Seminário notificou extrajudicialmente a construtora MRV Engenharia no mês de julho, informando que existem graves e numerosos vícios construtivos na obra recém-concluída, "demonstrando não apenas falhas pontuais de execução, mas também possível ausência de controle de qualidade, planejamento ou supervisão técnica adequada durante a construção", diz trecho da notificação.
Entre os problemas relatados pelo síndico do condomínio, está um vazamento identificado na rede de hidrantes do empreendimento, que está comprometendo gravemente a funcionalidade do sistema de combate a incêndio, tornando impossível sua ativação em caso de emergência.
"Tal falha configura risco iminente à segurança dos moradores e usuários do condomínio, com potencial para ocasionar prejuízos irreparáveis, inclusive a perda de vidas humanas", relata o condomínio através da notificação extrajudicial.
A falha na segurança também foi registrada em boletim de ocorrência, feito no mês de agosto na 2DP (Segunda Delegacia de Polícia de Campo Grande).
A notificação extrajudicial à qual a reportagem do Campo Grande News obteve acesso também informa que, devido aos problemas de vazamentos encontrados no empreendimento entregue no mês de março, o condomínio tem arcado com prejuízos financeiros decorrentes do consumo excessivo de água, uma vez que o vazamento persistente gerou aumento expressivo nas faturas mensais.

O condomínio entende que esses prejuízos deverão ser ressarcidos pela construtora, como forma de recompor os danos materiais suportados pela coletividade condominial.
Ao Campo Grande News, o síndico do Condomínio Castel Di Veneza, Rafael d'Ávila, declarou que a execução das obras feita pela construtora está em desconformidade com o que foi previsto no projeto.
"Nossa maior preocupação é o sistema de combate a incêndio. Um prédio novo, com tantos problemas estruturais que a construtora não quer resolver. Eles alegam que venceu o prazo de seis meses para reclamações após a entrega".
O empreendimento apresenta, entre os 27 itens informados, os seguintes problemas após a entrega das obras, segundo os representantes do Condomínio Castel Di Veneza:
- Vazamentos recorrentes na rede de incêndio (hidrantes), mesmo com bombas desligadas.
- Esvaziamento total do reservatório 'algibre de incêndio', conforme teste conjunto realizado entre síndico e representante da MRV
- Trilho do portão veicular com base de concreto esfarelando, sem resistência ao tráfego.
- Infiltrações na floreira do salão de festas.
- Aplicação indevida de Bianco em algumas calçadas.
- Rachaduras no forro de gesso do quiosque.
- Limitadores (ferragens) de vagas para bicicletas frouxos ou soltos.
- Necessidade de repintura interna do salão de festas, danificado em evento de entrega da própria construtora.
- Necessidade de repintura externa do salão de festas, devido a várias trincas, remendos, texturas que estão se soltando;
- Infiltração de água pela janela da guarita em dias chuvosos; 10.Infiltração de água no teto do salão de festas.
- Fechaduras adaptadas nas portas dos blocos, com acabamento irregular e frouxas.
- Ausência de sistema de amortecimento de água pluvial – causando erosão na bacia de contenção.
- Vazamento na tubulação de escoamento de limpeza do algibre.
- Falha na usina solar impedindo a geração total, causando prejuízo financeiro ao condomínio.
A reportagem entrou em contato com a construtora MRV Engenharia para solicitar um pronunciamento sobre os problemas estruturais relatados. Segue o pronunciamento da empresa:
"A construtora informa que já está em contato com o síndico para marcar uma reunião presencial, com o objetivo de entender os problemas levantados por ele e os moradores. Em nosso sistema, identificamos chamados que foram abertos no dia 29 de agosto. Essas demandas já estão em andamento e serão avaliadas conforme o Manual do Proprietário. A empresa reitera que está à disposição para sanar qualquer dúvida por meio de seus canais de relacionamento com o cliente", disse em nota.
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