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Capital

CPI fiscaliza estragos em unidade do Serradinho e programa oitiva com Butantan

João Humberto | 15/06/2016 18:10
Vereadores integrantes da CPI da Vacina definiram primeiras ações de trabalho (Foto: Fernando Antunes)
Vereadores integrantes da CPI da Vacina definiram primeiras ações de trabalho (Foto: Fernando Antunes)

Na primeira reunião de trabalho da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura sumiço de vacinas contra H1N1 em Campo Grande, os vereadores informaram aos jornalistas que já receberam quatro denúncias via e-mail criado para interação com a comunidade e disseram que fizeram contatos com o Instituto Butantan e a Coordenadoria Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, para oitivas.

Conforme o vereador Alex do PT, presidente da CPI, as oitivas serão realizadas sempre as segundas e quartas-feiras, a partir das 15h, no plenarinho da Câmara Municipal. As reuniões são abertas à população e haverá transparência em todas as ações da comissão, de acordo com o petista.

Parceria foi firmada com o delegado Fabiano Nagata, da 1ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga denúncia de casos de vacinação em grupo do primeiro escalão do prefeito Alcides Bernal (PP). “Combinamos com o delegado para ele nos manter a par dos inquéritos e depoimentos tomados para nos auxiliar”, relatou Alex.

Chiquinho Telles (PSD), membro da CPI, disse que “a comissão não é uma caças às bruxas e nem palanque eleitoreiro. Tem responsabilidade com a vida das pessoas”. Já Dr. Livio (PSDB), relator, o objetivo do grupo é quantificar com precisão o número de vacinas destinadas aos grupos prioritários, que sumiram das unidades de saúde, e saber exatamente qual o destino dado a elas.

Oitivas – A CPI, que também é formada pelos vereadores Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Edson Shimabukuro (PTB), já entrou em contato com o presidente do Instituto Butantan, Jorge Kalil, e com a coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações, Carla Magda Allan Santos Domingues, para que participem das oitivas.

Provavelmente será encaminhado técnico do Instituto Butantan, fabricante das vacinas, para prestar depoimento à CPI, na semana que vem. Caso não seja possível, haverá teleconferência entre os vereadores e representante do instituto.

O depoimento de alguém do Instituto Butantan é essencial, já que uma das alegações da prefeitura quando à discrepância entre a cobertura vacinal e as doses recebidas foi de que os frascos vieram com menos de oito doses cada. O Butantan já se manifestou por meio de nota informando que cada frasco tem pelo menos 10 doses e que o processo de envasamento é confiável.

“Vamos pedir comprovantes das vacinas encaminhadas, bem como os números dos lotes e datas. Isso tudo para que não tenhamos dúvida”, observou Alex do PT.

Serradinho – Os vereadores integrantes da CPI das Vacina pretendem ir nesta quinta ou na sexta até a UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Serradinho, na rua Delmira Gouvea, para verificar os estragos causados no local, depois que três garotos pularam o muro, invadiram o lugar e quebraram vacinas. “Vamos checara como funciona a segurança na unidade e verificar quantas vacinas foram quebradas, se entre elas alguma da gripe. Precisamos fazer isso porque é a primeira vez que alguém entra numa unidade de saúde e destrói almoxarifado”, reclamou o vereador Alex.

Dr. Livio reforçou que caso a CPI detecte falha na segurança do lugar, o secretário municipal de Segurança Pública, Luidson Borges Tenório Noleto, será convocado, possivelmente na semana que vem, a prestar depoimento à comissão. A respeito da declaração do secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, que disse que a invasão teria sido feita por grupo que quer desestruturar o trabalho e a imagem das unidades de saúde, o vereador tucano respondeu com outro questionamento. “’Quem garante que a ação não foi arquitetada pela prefeitura para tirar o foco do sumiço das vacinas?”.

Alex do PT explicou que Ivandro é muito contraditório em suas declarações e que na maioria das vezes se faz de vítima quando questionado sobre os problemas no setor da saúde em Campo Grande.

Venda de vacinas – Entre as denúncias recebidas pela CPI, relacionadas à venda de vacinas a R$ 40,00 por parte de servidores públicos e até aplicação em grupo do alto escalão do prefeito Bernal, a CPI anunciou que até o momento recebeu quatro denúncias relevantes, com dados precisos, e que irá checar in loco, com o apoio do delegado Fabiano Nagata.

Os vereadores disseram que até uma denúncia de que havia vacinação num escritório na avenida Bandeirantes já foi repassada ao e-mail da CPI. Há também denúncia de que uma enfermeira da rede pública de saúde estaria desviando vacinas para comercializá-las. “Também temos provas de funcionários da saúde que foram constrangidos a aplicar vacinas em trabalhadores do alto escalão da prefeitura e em suas famílias”.

A diferença entre o volume das doses recebidas e a cobertura vacinal era de 32 mil doses no mês passado, mas a prefeitura depurou o número informando que parte ainda estava disponível aos grupos prioritários, incluindo internos dos presídios, restando uma diferença de 3 mil doses que o poder público não soube explicar onde estão.

Outra denúncia em investigação pela polícia e pela CPI é de que no dia 18 de maio teria ocorrido vacinação de 35 pessoas no gabinete do prefeito´Bernal, informação negada pela prefeitura que atribui falta de fundamentos e motivação política ao denunciante, o jornalista Carlos Roberto Pereira.

As denúncias para a CPI podem ser encaminhadas ao e-mail denuncia@camara.ms.gov.br.

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