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Política

Ligados a CPIs, deputados culpam Cimi e União por conflito indígena em MS

Disputa por terra causou mais uma morte de índio no Estado

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 15/06/2016 12:07
À esquerda, os deputados Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT, com o deputado George Takimoto (PDT). (Foto: Roberto Higa e Wagner Guimarães)
À esquerda, os deputados Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT, com o deputado George Takimoto (PDT). (Foto: Roberto Higa e Wagner Guimarães)
Os deputados Mara Caseiro (PSDB) e Paulo Corrêa (PR). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno)
Os deputados Mara Caseiro (PSDB) e Paulo Corrêa (PR). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno)

Ligados à CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito), deputados estaduais voltaram a culpar a União e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) pelo conflito indígena em Mato Grosso do Sul. Na terça-feira (15), disputa por terra entre fazendeiros e índios resultou na morte de um indígena, em Caarapó, distante 283 km de Campo Grande.

Quem integrou o grupo parlamentar que investigava se houve omissão do Estado nos casos de violência contra índios responsabiliza e cobra a União para resolver o conflito que dura há anos em MS. “Meu voto em separado ao relatório da CPI diz que há, sim, omissão, o que foi provado novamente com a morte de mais um índio”. O parlamentar, que foi presidente do grupo chamado de CPI do Genocídio, se refere ao documento final do colegiado, afirmando que não houve omissão em casos de violência. Por sua vez, Grandão apresentou posicionamento contrário.

O deputado Pedro Kemp (PT) disse que a morte do indígena de Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos mostra “a falta de providência da União, seja de Dilma ou Temer”. “Os índios estão pagando com a própria vida neste conflito no campo”. Também cobrou da bancada federal uma cobrança maior para resolver o problema com o Palácio do Planalto.

Por outro lado, o relator da CPI que investigava se o Cimi incentivou ocupações de terras no Estado, Paulo Corrêa (PR) já acredita que “toda a confusão em MS é fruto da ação de organizações que não são sérias, como o Cimi”. Para ele, a entidade promove o conflito e faz dos indígenas massa de manobra para receber recursos de outros países. Mas, o parlamentar também cobrou do governo federal a solução do conflito. “É só disponibilizar o recurso e depositá-lo no fundo estadual criado com este fim”.

“Tudo foi orquestrado e planejado pelo PT e por órgãos como o Cimi, para que índios invadissem terras e gerassem toda essa confusão. Essas organizações são responsáveis pela morte de mais um índio”, emendou a deputada Mara Caseiro (PSDB). Para ela, o governo federal tem de “restabelecer a ordem no País e fazer com que a Constituição Federal seja cumprida”. “Quando alguém invade sua casa, procuram-se os meios legais, mas que demora muito. O Cimi é uma organização criminosa, que está por trás destes conflitos”.

Conflito - Desde a noite de domingo (12), mais de mil indígenas da aldeia Te’yikuê, ocuparam a fazenda Yvu. Produtores foram até o local para tentar libertar funcionários que estariam sendo mantidos reféns e houve confronto, resultando na morte, duas pessoas queimadas e outros feridos.

Depois do confronto, os índios bloquearam a estrada MS-280, que corta a aldeia Te’yikuê. Revoltado por não conseguir passar, o motorista de um caminhão teria jogado o veículo contra os índios, que teriam colocado fogo no veículo.

CPIs – As duas CPIs (Genocídio e sobre o Cimi) foram abertas no ano passado na Assembleia. Elas foram abertas em meio a outro conflito entre índios e fazendeiros. O colegiado que investigava se o Estado agiu ou se omitiu foi encerrada com a conclusão de que não houve qualquer omissão, enquanto a do Cimi afirma que a entidade incentiva os conflitos.

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