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Capital

Defesa pede fiança menor ou penhora de Mercedes para tirar colombiano da cadeia

Carlos Hugo Naranjo, 32, está preso desde o dia 28 apontado como o responsável por morte trágica no trânsito

Anahi Zurutuza | 05/03/2022 13:22
Visto de Carlos Hugo está vencido desde agosto do ano passado (Foto: Direto das Ruas)
Visto de Carlos Hugo está vencido desde agosto do ano passado (Foto: Direto das Ruas)

Depois que a família de Carlos Hugo Naranjo Alvarez, envolvido em acidente fatal em Campo Grande, conseguiu arrecadar R$ 15 mil para tirar o colombiano de 32 anos da cadeia, a defesa do motorista de Mercedes-Benz pediu que o valor da fiança, fixada em R$ 50 mil, seja reduzido pela Justiça. Alternativa oferecida pela advogada de Carlos, Valda Nóbrega, é o sequestro do veículo de luxo que pertence ao cliente como garantia de pagamento em troca do alvará de soltura.

No pedido de reconsideração, protocolado no fim da tarde desta sexta-feira (4), a defesa de Carlos argumenta que embora tenha um veículo quitado e avaliado em R$ 74 mil, o cliente trabalha como comerciantes de roupas e tênis. Ele ganha cerca de R$ 3,5 mil por mês e não tem condições de arcar com o valor da fiança imposto.

A defesa alegou ainda que o Mercedes foi um presente dado pelo pai ao colombiano há cerca de cinco anos, quando filho veio morar em Campo Grande. “Recebeu uma quantia em dinheiro para que adquirisse um carro e uma moradia, no Brasil, optando por comprar um carro bom e um apartamento de menor valor”, explicou.

A prisão - O colombiano está preso o dia 28 de fevereiro. Ele foi pego pela PM (Polícia Militar) na rodovia MS-080, horas depois do acidente que matou Matheus Frota da Rocha, de 27 anos, e deixou a namorada dele gravemente ferida.

Na quarta-feira (2), o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) requereu a prisão preventiva (por tempo indeterminado) de Carlos Hugo, sob o argumento de risco de fuga, manutenção da ordem pública e de que ele está com visto vencido no Brasil desde 12 de agosto do ano passado.

No entanto, na decisão desta quinta-feira (3), o juiz Francisco Vieira de Andrade Neto afirma que não foram preenchidos os requisitos para a decretação da prisão preventiva. Para o magistrado, Carlos possui bons antecedentes e a liberdade não atrapalha o andamento da investigação. "(...) especialmente em razão da primariedade, dos bons antecedentes, bem como de ter informado possuir residência fixa e trabalho lícito, entendo ser cabível a concessão de medida cautelar mais branda."

Além de fixar a fiança de R$ 50 mil, o juiz determinou que Carlos Hugo use tornozeleira eletrônica por 180 dias e que fique em casa das 20h às 6h, de segunda a sexta-feira. O recolhimento domiciliar tem de ser de forma integral durante os sábados, domingos e feriados. O colombiano está proibido de deixar a cidade e o País.

Moto que Matheus Frota pilotava ficou destruída (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Moto que Matheus Frota pilotava ficou destruída (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Fatal - O acidente aconteceu no início da manhã de segunda-feira (28), no cruzamento da Avenida Salgado Filho com a Rua Guia Lopes, no Bairro Amambaí. Matheus seguia em uma Honda Fan 150 e tinha como passageira Samira Ribeiro dos Santos, 19, quando o casal foi atingido pela Mercedes-Benz de cor prata, conduzida pelo colombiano.

Matheus morreu na hora e a jovem foi levada para a Santa Casa. A colisão foi tão forte que chegou a arrancar a perna inteira do rapaz. De acordo com a polícia, o corpo da vítima foi arremessado cerca de 15 metros depois da queda da motocicleta. A perna parou 4 metros a frente do corpo.

O colombiano fugiu do local, mas foi preso poucas horas depois, em Rochedo. Ele negou que estivesse bêbado, no entanto, teste de bafômetro constatou 0,30 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões.

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