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Capital

Delegado vê versão de tiro acidental de marido como "pouco provável"

Luana Rodrigues | 02/09/2015 12:31

A polícia está investigando a versão do comerciante Claudionor de Andrade Gama, 40 anos, que apresentou-se, nesta terça-feira (1º), à Polícia Civil como autor do disparo que matou a esposa Pâmella Christina Castilho Barboza, 26, no domingo (30), no Jardim Los Angeles, em Campo Grande, durante uma briga generalizada. Em depoimento, ele alegou que disparou o revólver 38 “sem querer”, a bala pegou no chão, recocheteou e acertou a vítima. Para o delegado da 5ª delegacia de Polícia Civil, João Reis Belo, a veracidade da versão é "pouco provável".

Conforme Reis Belo, a arma de onde saiu o tiro não dispara facilmente, por isso a polícia está investigando as circunstancias da morte de Pâmella. Pelo menos três pessoas ainda serão ouvidas pela polícia nesta sexta-feira(04). "Acredito que essas pessoas serão importantíssimas para esclarecermos o que realmente aconteceu no momento do disparo", explicou.

Segundo a Polícia Civil, Claudionor disse que se ofereceu para fazer um churrasco em comemoração ao aniversário de um amigo, no dia do crime. Em certo momento, durante a festa, duas mulheres começaram a brigar e foram levadas pelos demais para fora da casa.

Quando todo mundo já estava na calçada tentando apartar a briga, o comerciante falou que entrou na residência e pegou a arma de fogo e a colocou na cintura. A vítima, que estava dentro de casa cuidando do bebê de 4 meses, ouviu a confusão e saiu para ver o que estava acontecendo. Neste momento, segundo ele, o revólver escorreu da bermuda dele e caiu no chão. Ao abaixar para pegar a arma, houve o disparo que atingiu a calçada, recocheteou e atingiu sua esposa.

Segundo a polícia, todas as cinco testemunhas já ouvidas falaram que não viram ninguém sacar a arma. Isso reforça a versão do comerciante. Todas as testemunhas, de forma unânime, também disseram que viram uma faísca sair da calçada.

Elas também falaram que Claudionor socorreu a mulher no carro de um conhecido e durante todo o trajeto ao hospital dizia que “a amava”. Ele prestou depoimento bastante abalado e chorou muito ao contar sua versão. "É um caso delicado, mas a polícia precisa buscar a verdade", disse o delegado.

Na tarde desta terça-feira, o delegado João Reis Belo, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Piratininga, foi ao local do crime acompanhado da perícia, para ver se encontrava a marca de tiro no chão, e confirmou a versão de Claudionor.

Agora o delegado aguarda os laudos periciais e o depoimento das testemunhas, que serão confrontados com a versão do homem. “O laudo que mostra a trajetória do projetil no corpo da vítima irá mostrar de onde saiu o disparo e os depoimentos podem explicar se foi acidental ou não. Ele pode ser indiciado por homicídio doloso, se for comprovado que mirou a arma para alguém, ou por homicídio culposo, se não ele não teve a intenção de matar”, finalizou o delegado.

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