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Capital

Depois de atendimento modelo pela manhã, UPA já tem filas e espera por consultas

Paula Maciulevicius | 25/10/2011 20:18

Campo Grande News flagrou corredores lotados, mesmo com seis clínicos trabalhando, pacientes esperavam há pelo menos 3h

No corredor que dá acesso aos consultórios, filas já indicavam demora no atendimento (Foto: Pedro Peralta)
No corredor que dá acesso aos consultórios, filas já indicavam demora no atendimento (Foto: Pedro Peralta)
Sem autorização para entrevista dentro da UPA, Campo Grande News flagra demora e pacientes no aguardo.
Sem autorização para entrevista dentro da UPA, Campo Grande News flagra demora e pacientes no aguardo.

Depois do protesto contra a baixa remuneração paga pelo SUS (Sistema Único de Saúde), em que médicos passaram a manhã desta terça-feira em atendimento modelo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Coronel Antonino, a tarde já foi de filas e espera para consultas.

O Campo Grande News flagrou os corredores lotados, mesmo com seis clínicos realizando atendimento, e pacientes que esperavam há pelo menos três horas.

Na administração da unidade a resposta “foi só de manhã, não ia continuar”, sobre os protestos dos médicos.

A estudante Anayellen Bentos Penariol, de 19 anos, esperou três horas por uma consulta com clínico geral. Com uma conjuntivite que evoluiu para uma inflamação ela conta que há 12 dias tenta atendimento.

“Demorou e estava lotado. Ontem não tinha médico, hoje esperei três horas, tem dias que eu tento vir, já fui em vários postos. Dói desde a semana passada e onde você vai está superlotado”, conta.

Acompanhada da mãe Valquíria Bentos Penariol, de 37 anos, a estudante diz que até ficou sabendo da movimentação e ainda assim passou três horas esperando. “Isso porque tinham vários, imagina se tivesse um só?”, questiona Valquíria.

Mesmo com número maior de médicos pela manhã, mãe e filha aguardam 3h por consulta. (Foto: Pedro Peralta)
Mesmo com número maior de médicos pela manhã, mãe e filha aguardam 3h por consulta. (Foto: Pedro Peralta)

Ao entrar no corredor que dá acesso aos consultórios, o Campo Grande News pode ver uma extensa fila de pacientes que aguardavam, fora os que estavam esperando para passarem pela triagem.

Fora da unidade o mecânico Adalto Gondim, de 27 anos, aguardava a esposa ser atendida há duas horas.

“Ela chegou passando mal, desmaiou lá dentro e ainda não foi para consulta. Eu não fiquei sabendo e não sei o que está acontecendo lá dentro, ninguém diz nada”, desabafa.

Ludovico Pereira, de 30 anos, também compartilhava da mesma situação. A namorada deu entrada na unidade às 13h40 e até às 17h não havia sido medicada. “Ela chegou com dor de cabeça, vômito e dor na barriga e está cheio. Eu até disse logo hoje você vai ficar doente?”

Ainda pior - A situação na saúde pública consegue ter agravantes. Desde a noite de ontem, uma jovem de 19 anos deu entrada na UPA do Cel. Antonino depois da terceira tentativa de suicídio.

A família sem ter notícias, obteve nesta tarde, a informação passada pelo médico, de que ele havia conseguido uma vaga no CAPS (Centro de

Apoio Psicossial), mas só faltava a ambulância para o transporte.

Até o final da tarde desta terça-feira, o SAMU que atendia toda a cidade com apenas quatro ambulâncias, não havia conseguido realizar a transferência da paciente.

“Eu não tenho carro, se tivesse eu mesma tinha levado. De manhã aqui encheu de reportagem e médico dando entrevista. Agora você vai lá e não tem ninguém. É a minha filha e ninguém dá resposta”, desabafa mãe.

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