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Capital

Depois que moradores foram detidos, Santa Casa manda quebrar calçada

Paula Maciulevicius | 16/05/2012 18:07

A prisão se deu por conta de uma liminar expedida pela 2ª Vara Cível no último dia 04, impedindo a prática de atos contra a posse do hospital

Hospital informou que as obras foram apenas para igualar a calçada e facilitar o tráfego de pessoas. (Foto: João Garrigó)
Hospital informou que as obras foram apenas para igualar a calçada e facilitar o tráfego de pessoas. (Foto: João Garrigó)

A ordem de serviço foi dada ao meio-dia, segundo os trabalhadores. Logo após a retirada de cinco moradores de rua que ficavam na calçada da Santa Casa, na rua 13 de Maio, pela Polícia Militar.

A Santa Casa informou por meio da assessoria de imprensa que as obras foram apenas para igualar a calçada e facilitar o tráfego de pessoas e que os objetos dos moradores de rua foram retirados pelo restante do grupo que não foi detido.

Conhecidos da vizinhança há anos, os integrantes do grupo não eram os mesmos desde o início, mas segundo relatos, frequentemente protagonizavam confusões. Os personagens já foram citados em matérias anteriores do Campo Grande News pelo fato de morarem na rua e ainda com cachorros. Resistindo ao frio e vivendo o dia-a-dia da dependência química.

Os cinco moradores, Carlos Alberto Romeu Silva, 26 anos, Luis Roberto Campos, de 30 anos, Valgremir Santana, de 27 anos, Elaine Francisca da Costa, de 19 anos e Divino Ferreira dos Santos, de 49 anos, foram detidos após tentar invadir as dependências da Santa Casa.

A confusão começou quando um prestador de serviço da associação, ao estacionar o carro na rua 13 de maio, se negou a dar dinheiro para o grupo, dizendo que a rua era pública. A resposta causou revolta e os cinco tentaram, de acordo com relatos, apedrejar o prédio, além de jogar lixo no gramado do estacionamento do banco de sangue do hospital e ameaçar funcionários.

A prisão se deu por conta de uma liminar expedida pela 2ª Vara Cível no último dia 04, impedindo a prática de atos contra a posse do hospital. Caso a decisão fosse descumprida, a Justiça determinou multa diária de R$ 500.

O delegado que atendeu o caso, Luiz Thomaz, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, explica que os moradores ainda estavam na delegacia até a tarde por não estarem em condições de prestar esclarecimentos à Polícia devido a embriaguez.

Foto tirada pela direção do hospital mostra a sujeira relatada pelos funcionários, jogada pelos moradores.
Foto tirada pela direção do hospital mostra a sujeira relatada pelos funcionários, jogada pelos moradores.

Os cinco vão responder por desobediência, crime considerado de menor potencial ofensivo e que acarreta apenas assinatura de termo circunstanciado de ocorrência.

Quanto a multa, o delegado explica que fica a cabo do Judiciário fazer cumprir a pena estabelecida.

Os moradores não têm mandado de prisão em aberto. Apenas Carlos Alberto não tinha, até então, passagens pela Polícia.

Entre os comerciantes da região, o clima é de alívio. “Agora que parece que conseguiram tirar, eles não tinham respeito, quando tinha velório aqui, entravam para pegar café. A gente tinha até que falar grosso”, comenta o funcionário de uma funerária.

Na loja de selaria, o funcionário chega a falar que eles não causavam confusão com eles, apenas entre si e com os clientes. “Eles brigavam, mas resolviam ali, entre eles mesmos. Mas o problema era intimidar quem parava o carro, aí tinha que dar dinheiro mesmo”, fala um comerciante.

De acordo com um empresário na região, a movimentação era intensa a noite. “Era ponto de droga, a gente via o pessoal trazendo e os carros parando”, relata.

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