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Capital

Diretora-adjunta é demitida e alunos protestam em frente a escola estadual

SED diz que dispensa da servidora é prerrogativa do diretor e que investiga denúncias feitas contra a atual gestão

Anahi Zurutuza e Bruna Kaspary | 24/10/2017 11:20
Alunos reunidos com cartazes em frente à escola (Foto: André Bittar)
Alunos reunidos com cartazes em frente à escola (Foto: André Bittar)

Grupo de 60 pais e alunos da Escola Estadual Marçal de Souza Tupã-Y, localizada no Jardim Los Angeles, em Campo Grande, protestou em frente ao colégio na manhã desta terça-feira (24) contra a saída da diretora-adjunta Suzana Alves de Jesus. Eles fazem acusações contra o atual diretor, Eder Ângelo Fagundes Euzébio.

De acordo com os manifestantes, Suzana, que é professora da rede estadual, foi dispensada como forma de retaliação, porque teria denunciado à SED (Secretaria de Estado de Educação) desmandos do gestor.  Os estudantes chegam a levantar outras desconfianças, sobre possível desvio recursos arrecadados para uma festa de formatura. “O buffet pediu um aviso de R$ 9 mil, mas ele disse que não tinha esse dinheiro. Mas, se a gente paga todo mês, sem contar as rifas que a gente fez, como não tem?”, questiona a aluna que se apresentou como Aline Teles e diz ter 18 anos.

Os alunos relatam ainda que na quinta-feira (19) houve uma votação sobre a decisão do diretor de dispensar a adjunta e garantem que a maioria votou a favor da permanência dela. “Mas ele cancelou o documento”, foi o que conseguiu explica uma aluna de 17 anos, que terá a identidade preservada por ser adolescente.

Maria Laurina, 35, mãe de três alunos matriculados na escola, foi para a frente do colégio dar apoio ao protesto. “Eu estou apoiando, se eles acham que isso é o melhor para eles, então eu vou apoiar”, afirmou a mãe, dizendo acreditar nas desconfianças dos filhos em relação ao atual diretor.

Ela afirma ainda que “ele nunca está na escola”. “A gente procura para conversar, mas não consegue”.

Funcionários, que pediram para não terem os nomes revelados, também levantam suspeitas quanto aos supostos desvios de recursos, mas sem dar mais detalhes.

Viatura da equipe de ronda escolar da Guarda Municipal, acionada para evitar tumulto (Foto: André Bittar)
Viatura da equipe de ronda escolar da Guarda Municipal, acionada para evitar tumulto (Foto: André Bittar)
Publicação da dispensa da diretora-adjunta no Diário Oficial do Estado de ontem (23) (Foto: Reprodução)
Publicação da dispensa da diretora-adjunta no Diário Oficial do Estado de ontem (23) (Foto: Reprodução)

Outro lado – A reportagem tentou contato com Eder Ângelo Fagundes Euzébio por duas vezes, mas o celular dele estava desligado. Dois recados foram deixados na caixa de mensagens de voz. A equipe também ligou na escola, mas funcionários informaram que ele não estava no local na manhã desta terça-feira (24).

Para confirmar a história do contrato da formatura, o Campo Grande News entrou em contato com o buffet Romeu e Julieta e recebeu informação de que o estabelecimento não tem contrato fechado com a comissão de formatura da escola estadual. “Eles fizeram um orçamento, mas não houve desistência de contrato”, afirmou o consultor Edson Puerta.

O funcionário afirma ainda que dificilmente o buffet exigiria um sinal de R$ 9 mil. “Geralmente cobramos de R$ 2 a 3 mil. Este deve ser o valor cobrado pelo evento”.

A reportagem também conversou com o advogado André Luiz Godoy Lopes, contratado pela professora Suzana Alves. Ele não confirma que ela seria a autora de denúncias formais contra o diretor.

“Estamos tomando as providências judicias cabíveis em relação à dispensa da minha cliente do cargo de vice-diretora. Ela foi aprovada em processo seletivo e tinha mandato até 31 de dezembro de 2018. A dispensa aconteceu sem o devido processo legal, o direito ao contraditório e à ampla defesa, que requisitos constitucionais”, limitou-se a dizer.

Investigação – Já a SED, informou por meio da assessoria de imprensa, que é prerrogativa do diretor escolher a equipe com quem trabalhará na gestão de uma escola. “Como diretor, ele tem a prerrogativa de escolher, em nosso Banco de Dados de Profissionais Aptos, e a qualquer tempo, um diretor-adjunto e, da mesma forma, a qualquer tempo, dispensá-lo”, informou a nota.

A secretaria informou ainda que abriu um processo administrativo “para que todas as denúncias sejam apuradas e assim tomadas as devidas providências”.

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