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Capital

Dólares do BID reacendem esperança de bons tempos de volta ao Centro

Projeto de revitalização da região vai contemplar 10 quadras da 14 de julho, com total de 1,4 quilômetros.

Anahi Gurgel | 13/05/2017 08:52
Fluxo de veículos na 14 de Julho, na tarde desta sexta-feira (12). Total de 1,4 quilômetros serão revitalizados. (Foto: Marcos Ermínio)
Fluxo de veículos na 14 de Julho, na tarde desta sexta-feira (12). Total de 1,4 quilômetros serão revitalizados. (Foto: Marcos Ermínio)

Na iminência de sair do papel, o projeto Reviva Centro volta a animar comerciantes da região central de Campo Grande. A expectativa é que a 'repaginada' seja chamariz à clientela e sirva para impulsionar a economia local – bastante fraca nos últimos tempos, segundo relatam.

A assinatura do contrato que prevê reformas na Rua 14 de Julho, foi feita na manhã de sexta-feira (12), em Brasília (DF), pelo Prefeito Marquinhos Trad (PSD). Financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), os recursos somam US$ 56 milhões, o equivalente a R$ 175 milhões.

As intervenções ocorrerão em 1,4 quilômetros da via, entre a Fernando Corrêa da Costa e a Avenida Mato Grosso, com total de 10 quadras. O contrato de licitação deve ser feito até junho, e os trabalhos poderão começar em outubro, com previsão para término em 20 meses.

Luciana Nogueira no balcão de sua ótica na tarde desta sexta-feira (12). (Foto: Anahi Gurgel)
Luciana Nogueira no balcão de sua ótica na tarde desta sexta-feira (12). (Foto: Anahi Gurgel)

“Estou otimista porque o centro está jogado às traças. A fiação e os postes desse jeito enfeiam a região”, disse Luciana Nogueira, de 44 anos, proprietária de uma ótica e relojoaria na via.

Ela conta que há cerca de 6 anos foi preciso mudar a fachada de seu comércio. “Tínhamos acabado de investir numa marquise linda. Até pagamos R$ 5 mil para a concessionária de energia retirar um poste que escondia a fachada, mas logo depois, fomos obrigados a retirá-la”, reclama.

“Acho a ideia ótima para atrair a população. Hoje, como os bairros estão crescendo muito, as pessoas quase não vêm para o centro, ainda mais com a crise econômica. Pode promover um bom giro financeiro”, disse Laurinéia Céspedes, 36, gerente de uma farmácia.

Quem também está com boa perspectiva diante do projeto, é o português José Antônio Pimentel Oliveira, 58, que tem uma lanchonete localizada entre a 7 de setembro e a 15 de Novembro. Confira o depoimento dele no vídeo a seguir.

"Banho de loja" - Dentre as reformas previstas no projeto, está o embutimento da fiação elétrica em rede subterrânea, retirada dos postes de energia e implantação de áreas de descanso para a população, com bancos, árvores e painéis para garantir conforto climático. 

Ainda haverá o retorno do histórico relógio para a 14 de julho com a Afonso Pena e ampliação das calçadas de 3 metros para 4,2 metros, redução no tráfego para duas faixas, e liberação somente para veículos, sem circulação de ônibus. Entre três quadras da Avenida Afonso Pena e a Rua Cândido Mariano, os estacionamentos serão retirados.

“Os serviços serão realizados por quadra, com duração de 2 meses em cada uma. O trânsito será interrompido somente no trecho em obras, sem impedir a movimentação das pessoas”, adiantou a coordenadora da Central de Programas e Projetos Especiais da Prefeitura, Catiana Sabadin.

A reforma terá início no entorno da Fernando Corrêa da Costa. "Haverá impacto mínimo aos frequentadores do centro e aos turistas. Utilizaremos até tapumes bem bonitos", disse.

A gerente de farmácia Laurinéia, em frente ao trabalho, está otimista com a revitalização do centro. (Foto: Anahi Gurgel)
A gerente de farmácia Laurinéia, em frente ao trabalho, está otimista com a revitalização do centro. (Foto: Anahi Gurgel)

Despoluição visual – Vilson Costa, autônomo de 36 anos, acha o projeto interessante, mas enfatiza que os recursos poderiam ser aplicados em áreas mais prioritárias.

“Nossos postos estão péssimos. Nesse momento de fragilidade da saúde, acho a revitalização desnecessária e incoerente”, opinou.

“Será muito bom para Campo Grande, que está precisando de uma reforma. Há alguns anos, quando trabalhava aqui, várias lojas retiraram a fachada e ficou horrível”, frisa o piloto Roberto Cordeiro, 33.

De fato, em 2010, foi elaborado o Plano de Revitalização para o Centro, que estipulava ações de planejamento para um período de 20 anos. Essas medidas estão dispostas na lei municipal nº 161 e entre elas estava a retirada de fachadas para 'aliviar' a disposição visual da cidade.

“Há um descontentamento por parte dos comerciantes porque houve lapso de tempo na resposta às ações daquela época. Estava prevista reestruturação viária pelo poder público em contrapartida à retirada das placas e marquises pelos empresários, que cumpriram a sua parte, mas o poder público não", explicou.

O poder público está fazendo sua parte somente agora, com o Reviva Centro, que contempla algumas das 94 ações previstas plano de revitalização. 

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