Em menos de 48h, atendimento nos postos de saúde volta ao “normal”
Com o fim da greve dos médicos da rede municipal de Saúde, os atendimentos na maioria das unidades da Capital voltaram a ser normalizados nesta quarta-feira (03). Em contrapartida, o movimento nos postos permanece “tímido”.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) os cerca de 1,4 mil médicos já retornaram ao trabalho na manhã de hoje e o atendimento está normal em todas as unidades de saúde. Existe ainda uma determinação para que todas as consultas que foram “perdidas” nos 18 dias de paralisação sejam remarcadas.
A aposentada Maria dos Santos Flores, 66 anos, foi na tarde de hoje à UPA (Unidade de Pronto Atendimento Médico) do Bairro Coronel Antonino, e se “surpreendeu” com a rapidez em que foi atendida. Ela diz que ontem ficou mais de três horas esperando para ser atendida, não aguentou esperar e foi embora. Hoje, ela aguardou cerca de 1h por atendimento.
“Hoje foi uma maravilha. Ontem eu vim aqui e fiquei esperando, falaram que os médicos estavam voltando ainda. Hoje eu resolvi arriscar e fui atendida rapidinho (sic). Assim é muito bom né, e eu vi que todo mundo tá sendo atendido rápido, uns esperam mais porque não tem nada muito grave, mas quem tá precisando mesmo é num pulo”, disse. Quatro clínicos e um pediatra estavam atendendo na unidade.
Nas UBS's (Unidades Básicas de Saúde), a situação é semelhante, no entanto, o movimento ainda é “tímido”. É o caso da UBS do bairro Nova Bahia.
A dona de casa Júlia Marques Fonseca, 29 anos, estava sentido dores, com febre e decidiu buscar atendimento na unidade. Segundo ela, o atendimento foi rápido.
“Eu já vim aqui outras vezes e sempre demora um pouco. Hoje foi até tranquilo. Na semana passada eu fiquei ruim também, mas não quis vir por causa da greve. Essa semana eu fiquei ruim de novo e felizmente eles (médicos) já voltaram”, completou.
Greve - A greve dos médicos começou em 6 de maio após corte de gratificações e plantões. Houve acordo para o retorno dos pagamentos e a greve foi interrompida no dia 11.
Contudo, a paralisação foi retomada em 15 de maio. O sindicato informa que são 1.400 profissionais; conforme a prefeitura, são 1.200 médicos. A estimativa é de a paralisação tenha prejudicado 39,4 mil pessoas.
O acordo entre prefeitura e sindicato foi formalizado no sábado e anexado à ação sobre a greve que tramita no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) no fim da tarde de segunda-feira (01).
O documento protocolado prevê uma data para a concessão de reajuste salarial, principal ponto das reivindicações, que ficou para o mês de agosto, além do retorno das gratificações e o não prejuízo financeiro à categoria, que também não precisará repor os dias parados.