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Capital

Em três anos, número de roubos cresce 139% em Campo Grande

Fernanda Mathias | 09/05/2016 10:21
Assaltos em plena luz do dia ocorrem com frequência cada vez maior (Foto: Reprodução)
Assaltos em plena luz do dia ocorrem com frequência cada vez maior (Foto: Reprodução)

A percepção crescente de falta de segurança entre moradores de Campo Grande tem fundamento bem consistente. Em apenas três anos, o número de assaltos ocorridos na Capital cresceu assustadores 139%, um índice que acompanha o agravamento do cenário de crise econômica e redução da oferta de empregos, além do aumento da dependência química, entre outros fatores sociais e econômicos.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), de janeiro a abril deste ano foram registrados na Capital 2.461 roubos, um crescimento de 12% comparado ao mesmo período do ano passado, quando a criminalidade já tinha decolado. No primeiro quadrimestre de 2014 foram 1.613 casos enquanto em 2013 foram 1029 registros. Assaltos nas ruas, em comércio, arrastões, como ocorrido no último fim de semana se tornaram cada mais intensos. As ações ocorrem em plena luz do dia e os assaltantes parecem não se preocupar com a presença de câmeras ou com a movimentação. Como na última sexta-feira, quando homens em motocicleta fizeram arrastão em comércios da região oeste da Capital entre 8h e 14 horas e foram filmados por várias câmeras de segurança.

“Quando a economia não vai bem, os crimes contra patrimônio são os primeiros que aumentam, como furto, roubo e estelionato. Os criminosos estão ficando menos preocupados como enfrentamento físico. De um tempo para cá, um ano e meio, mais ou menos, a proporção de furtos para roubo era de quatro para um. Agora já são quatro para dois”, observa o delegado Wellington Oliveira, que é especialista em Análise Criminal.

A redução do nível de empregos é um dos fatores de forte contribuição à criminalidade. Nos últimos 12 meses mais de 7,6 mil empregos desapareceram na Capital, em decorrência da crise. Mas há outros aspectos concorrentes, explica o delegado.

Claro que existem pessoas que vão praticamente comer pedra, mas não seguirão para o crime, não há uma fórmula única para a criminalidade, são vários fatores. Por exemplo, o consumo de drogas, a falta de uma política pública eficaz, que dê suporte estas pessoas em situações de crise e a própria corrupção que consome o dinheiro que deveria ser investido nessas ações”, sistematiza.

O delegado não acredita que o aumento da criminalidade na Capital possa ser relacionado à chegada do presídio federal e da população que vem à reboque e explica que os roubos vinculados ao crime organizado geralmente são aqueles de maior proporção, como arrombamentos de caixa eletrônico, por exemplo.

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