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Capital

Empresa não realiza projeto e Arquidiocese fica com dívida de R$ 3,5 milhões

Arquidiocese fez empréstimo para implantar energia solar em todas as paróquias, capelas e comunidades

Gabriela Couto | 28/09/2022 14:53
Bispo Dom Dimas em entrevista dentro da Paróquia Santo Antônio, sede da Arquidiocese de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Paulo Francis) 
Bispo Dom Dimas em entrevista dentro da Paróquia Santo Antônio, sede da Arquidiocese de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

A Arquidiocese de Campo Grande levou um duro golpe após fechar contrato com a empresa de energia solar ANL Energia Limpa. O caso foi parar na Justiça após o não cumprimento do prazo contratual para implantar o projeto sustentável em 328 paróquias, capelas e comunidades de Campo Grande, Corguinho, Rochedo, Jaraguari, Bandeirantes, Terenos, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Distrito de Anhanduí.

Para conseguir pagar pelo trabalho da empresa o Conselho Econômico e o Colégio de Consultores da igreja aprovaram um empréstimo de R$ 3,5 milhões com o banco Sicredi. Sendo que R$ 3,3 milhões seriam para pagar a ANL e R$ 200 mil para terraplanagem e a supressão vegetal da área onde seria construída a usina de geração fotovoltaica.

No entanto, a empresa de energia solar não construiu a Usina de Geração Fotovoltaica de 1MWp no prazo contratual de 270 dias após a liberação do empréstimo. Mesmo após a Arquidiocese aceitar o ajuste no cronograma para reinicio das obras, a ANL não cumpriu com o combinado.

A ANL foi notificada e confirmou que descumpriu com o contrato, mas alegou que o cenário pós-pandemia afetou a importação dos materiais necessários à implementação da usina fotovoltaica contratada pela Arquidiocese.

“Ainda que a contratação da usina pela Arquidiocese tenha ocorrido já no cenário de pandemia, os atrasos na produção, transporte internacional, desembaraço aduaneiro e demais etapas da importação dos equipamentos causados pelas restrições foram muito superiores às estimativas apresentadas pelos fornecedores à ANL, o que impactou diretamente na implementação da usina contratada pela Arquidiocese”, justificou.

A empresa solicitou uma reunião amigável na data de ontem (27) para as partes definirem a forma de “proceder sobre as parcelas do financiamento e a rescisão amigável do contrato, com a devolução de valores, ou, ainda, a conclusão da obra, conforme for a vontade da Arquidiocese". Mas até o momento a assessoria de imprensa não confirmou se o encontro aconteceu.

Em nota, o bispo Dom Dimas Lara Barbosa pediu o apoio dos fieis em orações. “Sem dúvida, um tempo muito difícil se nos aproxima. Peço as orações de todos, e conto com a participação efetiva de cada fiel – padres, diáconos, religiosos e leigos – de nossa Arquidiocese nas ações que faremos para buscar os recursos necessários para sanar essa dívida. Juntos, com a graça de Deus, haveremos de superar essa tormenta”, ponderou.

Ele ainda assumiu a culpa por não ter pesquisado sobre a procedência da empresa. “Infelizmente, o fornecedor escolhido, que havia apresentado a proposta menos custosa, não cumpriu sua parte do contrato, o que nos obrigou a medidas de natureza cível e criminal, que já estão em andamento. Neste novo processo fomos surpreendidos com a constatação de que a mesma empresa também lesou outros clientes.”

Com a dívida no banco, ele repassou o acompanhamento do processo para um interventor da Cúria Metropolitana, o padre Wagner Divino de Souza, da Catedral Nossa Senhora da Abadia e Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua. A reportagem também entrou em contato com o padre, mas ele não retornou até a publicação desta matéria.

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