Empresária denuncia funcionárias por golpe e desvio de R$ 100 mil
Dona de empresa registrou ocorrência e pede ajuda para alertar clientes e outros empresários da Capital
Empresária de 42 anos, proprietária da Duorganic Distribuidora de Cosmésticos, em Campo Grande, registrou boletim de ocorrência após ser vítima de golpe aplicado por antigas funcionárias. O prejuízo estimado passa dos R$ 100 mil reais e, segundo ela, o golpe segue sendo aplicado.
"Não tenho mais saúde mental pra lidar com isso, perdi acesso ao celular da empresa, ao email, não estou conseguindo avisar todos os meus clientes sobre o golpe", disse a empresária ao procurar o Campo Grande News para fazer uma reportagem de alerta.
De acordo com a empresária, que preferiu não se identificar, 3 funcionários, sendo duas mulheres e um homem, formaram uma espécie de quadrilha para aplicar o golpe, o marido de uma das mulheres também ajudava na prática do crime.
A suspeita do golpe surgiu no fim de 2020, quando a empresária conferia o estoque e os números não batiam, mas, segundo ela, a funcionária argumentava que havia feito uma venda e esquecido de lançar no sistema. A confirmação veio após a empresária receber uma ligação da gerente de um dos bancos onde a empresa tem conta.
"A gerente me ligou porque estranhou que 49 títulos emitidos pelo banco haviam sido dados como recebidos na minha conta, num total maior que R$ 16 mil, no mesmo dia e de uma única vez. Na hora ela disse, vai pra empresa agora, alguma coisa está errada", explicou a empresária. Ao conferir as câmeras de segurança, ela estranhou a movimentação na mesa da funcionária, onde ela e a outra mulher, que havia pedido demissão há poucos dias, mexiam em diversos documentos impressos e no sistema de controle da loja.
Momentos depois um cliente foi à empresa resolver uma situação e comentou com a empresária que a funcionária havia avisado sobre a mudança do número de celular da empresa e que ainda não havia feito o depósito de R$ 3 mil reais por esquecimento, mas que logo iria depositar na conta em nome da funcionária, conforme havia sido orientado. Nesse momento a empresária contou sobre a suspeita do golpe e os dois foram junto à delegacia, levando diversas provas, para registrar o boletim de ocorrência.
Segundo a empresária, ela foi bloqueada de todas as redes sociais e aplicativos de mensagens pelos ex-funcionários envolvidos no golpe. A vítima ainda registrou um outro boletim de ocorrência por ter sido ameaçada pela mulher que ela considera ser a "chefe da quadrilha". "Falei com essa minha ex-funcionária pelo telefone e ela confessou que pegou todo dinheiro e me ameaçou de morte, disse que enfiaria todo o dinheiro na minha boca junto com formigas, caso eu não parasse de investigar a situação", contou a empresária aos prantos.
Em nota enviada à alguns clientes, a empresária afirma que "A Duorganic torna público que não autoriza e nunca autorizou que pagamentos de boletos ou títulos fossem pagos em contas que não seja da empresa!", acompanhado de um aviso de que a funcionária em questão, dona da conta onde os clientes eram orientados a fazer o depósito, havia sido demitida por justa causa.
Segundo a empresária, os funcionários compraram celulares novos, cachorros de raça, alugaram um carro, compraram cabelos, maquiagens, viajaram e ainda patrocinavam festinhas com o dinheiro desviado da empresa. "Como alguém que recebe R$ 1.500 de salário e mora na Vila Nhanhá consegue se hospedar por uma semana eu um hotel chique de Porto Galinhas? Minha ex-funcionária conseguiu e foi com meu dinheiro, posso provar, a perícia do banco vai na empresa nesta quinta-feira, tenho todos os dados salvos no sistema, tenho depoimento e comprovantes de clientes mostrando que realizaram pagamentos na conta pessoal dessa ex-funcionária", explicou a proprietária da Duorganic.
A empresária ainda pede que todos os clientes fiquem atentos e não realizem depósitos em contas de terceiros. "E também quero alertar outros empresários, que fiquem de olho nos seus funcionários. Sei que nunca vou conseguir recuperar todo meu dinheiro de volta, mas a justiça precisa ser feita", finalizou. O boletim de ocorrência foi registrado na 3ª DP (Delegacia de Polícia), mas diante das provas registradas, o caso será investigado pela DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).