Empresas dão ultimato a Bernal e 3 mil alunos podem ficar sem transporte

As empresas decidiram dar um ultimato ao prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e ameaçam suspender, a partir de segunda-feira (10), o transporte de aproximadamente 3 mil estudantes da zona rural. Eles estão trabalhando sem contrato e sem receber desde o início das aulas, no dia 5 de fevereiro deste ano.
A carta com o aviso foi protocolada na Secretaria Municipal de Educação. Os proprietários de ônibus e vans escolares ameaçavam suspender o serviço desde hoje, mas assessores do secretário municipal de Educação, José Chadid, convenceram apresentar uma solução até amanhã.
Então, as empresas decidiram protocolar um outro documento avisando que suspendem o serviço a partir de segunda-feira. Eles querem a renovação dos contratos por um ano e reajuste de 25% no valor. O aumento é para compensar o reajuste nos salários dos funcionários, de combustíveis e nos gastos com manutenção dos veículos.
Segundo o vereador Edil Albuquerque (PMDB), cerca de 3 mil estudantes da rede municipal podem ficar sem aulas com a paralisação do serviço pelas empresas.
Este não é o primeiro problema nas escolas públicas municipais. Até hoje, o prefeito Alcides Bernal não entregou os kits escolares, que vão custar R$ 2,2 milhões e serão fornecidos pela empresa Brink Mobil Equipamentos Educacionais, de Curitiba (PR). No ano passado, os kits só foram entregues no final do primeiro semestre letivo.
Bernal ainda nem licitou a compra dos uniformes escolares. A Prefeitura promete utilizar a licitação de um outro município, que pode ser até de outro Estado, para agilizar a compra, mas ainda não há nem prazo para a entrega do vestuário.
O transporte escolar correu o risco de ser suspenso antes do início das aulas. Na semana de véspera do início do ano letivo, a Secretaria de Educação convocou os prestadores de serviço e fez um apelo pela retomada do serviço, que foi feito sem a assinatura de contrato.
Como não houve nada formalizado, os empresários, que estão investindo do próprio bolso em combustíveis, salários dos funcionários e manutenção dos veículos.
Na carta enviada à Semed, os donos das vans e ônibus reclamam que desde o início do mês passado tentam uma solução, mas não foram nem recebidos por Chadid.
A Prefeitura da Capital foi procurada para falar sobre o risco de paralisação. No entanto, a assessoria de imprensa informou que não há nada oficial sobre o assunto.