ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Estudo mostra que INSS faz perícias abaixo da capacidade na Capital

Ricardo Campos Jr. | 17/09/2016 15:00
Campo Grande não cumpre nenhum dos quesitos avaliados (Foto: Gerson Walber / arquivo)
Campo Grande não cumpre nenhum dos quesitos avaliados (Foto: Gerson Walber / arquivo)

Levantamento conduzido pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União aponta que a Agência da Previdência Social de Campo Grande disponibiliza ao público apenas 55% dos atendimentos periciais que sua estrutura funcional permitiria. O relatório mostra falta de planejamento, fiscalização e controle operacional.

A pesquisa avaliou 54 agências no país. A da Capital é uma das quatro (junto com Salvador, Blumenau e Florianópolis) que não cumpre nenhum dos itens avaliados: plano de ação, análise de pareceres do controle operacional, reuniões mensais e trimestrais, avaliação pelo sistema Qualitec, além de servidores técnicos e controle operacional formalizados por meio de portarias.

Conforme o relatório, o chefe do Serviço de Saúde do Trabalhador faz programação das atividades dos peritos ligados à gerência executiva.

A auditoria constatou, no entanto, que a adequada força de trabalho não foi colocada à disposição dos beneficiários. Os responsáveis não souberam justificar o problema. Não foram apresentados documentos que apontassem a alocação de servidores para atividades extra agenda ou de supervisão.

Conforme o documento, o fato pode estar relacionado com a falta de instrumentos de controle e planejamento de gestão, que inclusive prejudicam a imagem da instituição e levantam à suspeita de pagamento indevido de 81% dos seguros doença no país.

Isso porque, conforme o relatório, os laudos médicos não têm elementos mínimos para atestar que os trabalhadores que recebem o benefício realmente não podem trabalhar. Para tentar resolver a situação, o processo de supervisão já havia sido discutido e aprimorado, mas o estudo de 2015 aponta que um percentual elevado de gerências não estava aplicando as diretrizes acordadas.

Em vários casos, porém, os segurados podem estar recebendo o auxílio por mais tempo do que o ideal. Em maio do ano passado, segundo o documento, foram pagos R$ 536 milhões a 500 mil benefícios cujas perícias foram realizadas há mais de dois anos ou concedidos sem perícia médica.

Isso implica em um rombo de R$ 6,9 bilhões no período de um ano. Assim, o relatório da pesquisa sugere a reavaliação do modelo atual de reconhecimento do direito de receber o benefício por incapacidade para otimizar a perícia médica.

Nos siga no Google Notícias