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Capital

Ex-policial era violento e tinha rixa com todos, afirmam vizinhos

Filipe Prado | 27/03/2014 20:35
Os vizinhos contaram que o ex-policial era violento e possuía rixa com todos os vizinhos (Foto: Pedro Peralta)
Os vizinhos contaram que o ex-policial era violento e possuía rixa com todos os vizinhos (Foto: Pedro Peralta)

Três dias após homicídio, os vizinhos do Carlos Roberto Cerqueira, 56 anos, afirmaram que o policial civil aposentado era muito violento e todos o temiam no bairro, além de ter uma rixa há mais de dez anos com o comerciante José Rech, 31. Eles contaram o policial disparou contra o comerciante após José olhar e rir para ele.

De acordo com os moradores da rua Zola Cícero, próximo à avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro Monte Castelo, que não quiseram se identificar por medo, Carlos possuía uma rixa com todos os vizinhos. “Desde que ele mudou para cá, ele começou a brigar com os vizinhos”, relataram.

Eles disseram que já esperavam que algo iria acontecer, pois o policial aposentado andava pela rua com a arma a mostra, para intimidar os vizinhos. “Ele era louco, um psicopata”, contou um morador.

O irmão da vítima, Roberto José Rech, 29 anos, afirmou que o investigador tem esquizofrenia e por isso teria sido afastado da corporação. Segundo ele, a rixa surgiu há dez anos por causa de um terreno que fica ao lado da casa do ex-policial.

Os vizinhos explicaram que no dia do homicídio Carlos estava brigando com um homem, que estaria cortando a grama de um morador, pois ele fazia muito barulho. “Ele encrencava com todos, neste dia ele brigou com esse homem, dizendo que ele estava fazendo muito barulho”, comentaram.

Um homem, que não se identificou, alegou que, no dia do homicídio, Roberto não estaria participando da briga. “Carlos e seus dois filhos, que também estavam armados, correram atrás do homem, mas não conseguiram alcançá-lo, disparando um tiro em direção dele, porém não acertou”, disse.

Por conta da situação, José, que estava chegando em casa no momento da briga, olhou para Carlos, segundo a testemunha, e riu, então o ex-policial atirou contra o comerciante. “Ele atirou, então José gritou e falou que era somente uma brincadeira, mas mesmo assim ele disparou mais três vezes”, completou.

Mesmo caído, conforme os moradores, Carlos começou a gritar e gesticular para a vítima, sendo interrompido pelo seu filho, fugindo no carro da família. O Corpo de Bombeiros foi encaminhado até o local, porém o comerciante já havia morrido.

Carlos Roberto ainda está foragido e os moradores temem que ele volte ao bairro. “Eu acho que ele vem aqui todas as noites percorrer o bairro”, disse um dos moradores que teme um "acerto de contas".

Conforme o delegado que investiga a morte, Weber Luciano de Medeiros, o porte de arma de Carlos Roberto foi renovado pela Polícia Federal em janeiro deste ano. “Parece que a Polícia Federal não tinha conhecimento dos problemas mentais dele. Inclusive, já tenho conhecimento que foi instaurado um procedimento para apurar omissão e falsidade ideológica dele [Carlos Roberto]”, disse Medeiros.

Segundo o assessor de comunicação da Polícia civil, delegado Venizelos Papacosta Filho, Carlos Roberto foi aposentado em 18 de abril de 2000 e não tinha arma da corporação. “A arma dele é particular. Inclusive, ele tem porte”, afirmou. Ontem, ainda no cenário do crime, o delegado Medeiros revelou que há dois meses ingressou com pedido de busca e apreensão para retirar o revólver de Carlos Roberto. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça.

A família do comerciante afirmou que José tinha mais de 30 boletins de ocorrência contra o ex-policial. De acordo com o delegado Medeiros, o policial aposentado é procurado por investigadores de duas delegacias da Capital.

Ao todo, até o dia da morte de Rech, foram 34 boletins de ocorrências registrados. Um acusava o outro de ameaça, dano, perturbação e outros. Em 2007, foram dois registros. Em 2008, apenas um. Em 2009, também só um boletim foi confeccionado.

Já em 2012, foram três registros. Em 2010, esse número subiu para 10. Esse ano, 2014, até o momento da morte, foram 17 boletins de ocorrências: oito registrados em janeiro, quatro em fevereiro e cinco em março.

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