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Fábrica clandestina abastecia atléticas e pagava R$ 0,60 por garrafa devolvida

Empresa alvo da Operação Metanol vendia para atléticas e só aceitava pagamento em dinheiro ou Pix

Por Gabi Cenciarelli | 07/11/2025 13:36
Fábrica clandestina abastecia atléticas e pagava R$ 0,60 por garrafa devolvida
Garrafas vazias encontradas na fábrica (Foto: Divulgação)

O esquema de bebidas clandestinas desmontado na Operação Metanol pode ter ido além da produção irregular. A empresa investigada em Terenos, a 28 quilômetros de Campo Grande, mantinha um sistema de devolução de vasilhames e vendia grandes quantidades de vodka e gin para festas universitárias, em transações feitas exclusivamente por Pix ou dinheiro.

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A Operação Metanol descobriu um esquema de bebidas clandestinas em Terenos, Mato Grosso do Sul, onde uma empresa comercializava vodka e gin irregularmente para festas universitárias. O fornecedor oferecia preços abaixo do mercado e mantinha um sistema de devolução de vasilhames, pagando R$ 0,60 por garrafa retornada. A Indústria e Comércio de Bebidas Terenos EIRELI foi interditada após fiscais encontrarem garrafas lavadas inadequadamente, rótulos falsificados e produtos químicos para alteração das bebidas. O proprietário, Márcio Roberto Veron, foi preso em flagrante, embora sua defesa alegue que o local funcionava apenas como depósito desde 2020.

Segundo um ex-presidente de atlética da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), de 23 anos, o fornecedor era conhecido entre as atléticas por oferecer preços abaixo do mercado. O fardo com seis garrafas custava R$ 45, e cada garrafa devolvida rendia R$ 0,60, o equivalente a R$ 3,60 por fardo. O valor era pago após os eventos, reduzindo ainda mais o custo das compras.

O estudante contou que o contato do empresário circulava entre as atléticas e que comprar dele era algo comum. As negociações eram sempre em dinheiro vivo ou Pix, já que o fornecedor não aceitava cartão. Em pelo menos duas ocasiões, as compras ultrapassaram 50 fardos.

Uma nota fiscal obtida pela reportagem mostra que, na última calourada da UFMS, que reuniu cerca de 2,3 mil jovens em março deste ano, a empresa vendeu 47 fardos de vodka por R$ 1.974,00 à vista. Após a festa, as garrafas foram recolhidas e o valor dos vasilhames foi devolvido ao organizador.

O caso - A Indústria e Comércio de Bebidas Terenos EIRELI, alvo da operação, foi interditada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e funcionava de forma irregular desde 2023, de acordo com a polícia. No local, os fiscais encontraram garrafas lavadas com detergente comum, rótulos falsificados e produtos químicos usados para alterar cor, sabor e aparência das bebidas.

Durante a vistoria, também foram apreendidos rótulos com o nome “Shirlof”, tampas plásticas que imitavam marcas conhecidas, compostos químicos, ácido cítrico e oito garrafas prontas para consumo sobre a esteira de embalagem. As garrafas recicladas eram lavadas e reutilizadas sem qualquer controle sanitário.

Fábrica clandestina abastecia atléticas e pagava R$ 0,60 por garrafa devolvida
Nota fiscal mostra venda de 47 fardos para festa universitária (Foto: Divulgação)

Prisão em flagrante - O proprietário, Márcio Roberto Veron, foi preso em flagrante suspeito de crime contra as relações de consumo. Segundo a Decon (Delegacia de Defesa do Consumidor), bebidas produzidas fora dos padrões podem conter metanol, substância tóxica que causa cegueira, falência de órgãos e até a morte.

A defesa, representada pela advogada Talita Dourado Aquino, afirmou que o local não produzia bebidas desde 2020 e funcionava apenas para armazenar embalagens. Segundo ela, o empresário foi surpreendido durante a fiscalização e os materiais apreendidos ainda serão periciados. Até o momento, a defesa sustenta que não há comprovação de fabricação no local.

As investigações agora buscam rastrear a origem do álcool e os canais de distribuição usados pelo grupo, que incluíam festas estudantis e eventos particulares em Campo Grande.

Alerta - A Decon alerta que o consumo de bebidas não regulamentadas representa risco grave à saúde. Por serem produzidas sem controle sanitário, as misturas podem conter metanol, substância altamente tóxica usada indevidamente para aumentar o teor alcoólico. A ingestão pode causar cegueira, danos neurológicos, falência de órgãos e até a morte. Além disso, o uso de produtos químicos industriais para alterar cor e sabor intensifica o perigo de contaminação.

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