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Capital

Família enterra Carla e exige justiça: "Não teve oportunidade de ser socorrida"

O acidente ocorreu na noite de domingo (24) no Bairro Estrela do Sul; motorista de BMW estava bêbado

Kerolyn Araújo e Bruna Marques | 26/01/2021 10:01
Carla Jaqueline Miranda, 40 anos, foi velada e sepultada no Cemitério Nacional Parque. (Foto: Henrique Kawaminami)
Carla Jaqueline Miranda, 40 anos, foi velada e sepultada no Cemitério Nacional Parque. (Foto: Henrique Kawaminami)

Familiares e amigos se despediram, na manhã desta terça-feira (26), da técnica de enfermagem Carla Jaqueline Miranda, 40 anos, morta por motorista bêbado na noite do último domingo (24) no Bairro Estrela do Sul, em Campo Grande. Com extensa ficha criminal, Wilson Benevides de Souza, 29 anos, estava fugindo da polícia quando ocorreu o acidente.

Carla deixa quatro filhos, de 4, 10, 12, 17 e 23 anos. A mais velha faz aniversário nesta terça-feira. Chorando, inconsolável, ela não quis conversar com os jornalistas.

Entre os familiares e amigos, o sentimento é o mesmo: revolta. "Não quero que ele morra, quero que pague em vida. Que fique na cadeia e nunca mais saia. Esse cara é um bandido e queremos justiça", disse a cunhada de Carla, Cirene Souza Costa, 57 anos.

Segundo Cirene, que mora em Rio Verde de Mato Grosso, Carla estava indo ao seu encontro quando ocorreu o acidente. "Ainda não tínhamos nos visto esse ano. Ela estava indo à casa da minha filha me ver. Carla, que sempre socorria todo mundo, não teve a oportunidade de ser socorrida", comentou.

A dona de casa Adriana de Oliveira Alves, 28 anos, era amiga de Carla há 11 anos. Na lembrança, ficam os bons momentos ao lado da técnica de enfermagem, com quem chegou a dividir moradia. "Fui babá dos filhos dela por dois anos. Era uma pessoa maravilhosa, trabalhadora e ajudava todo mundo", contou.

Uma das filhas de Carla sendo consolada em velório. (Foto: Henrique Kawaminami)
Uma das filhas de Carla sendo consolada em velório. (Foto: Henrique Kawaminami)

Para Adriana, o acidente poderia ter sido evitado se Wilson estivesse preso. "Ele era um bandido, tinha que estar na cadeia e não na rua. Espero que ele pague não só pela morte da Carla, mas por todas as famílias que prejudicou", disse.

Empresário, Antônio Marcos Cordeiro, 47 anos, amigo de Carla há 20 anos, ressaltou que a técnica de enfermagem teve a vida interrompida no melhor momento. "Tinha acabado de se formar, estava trabalhando em dois empregos. O sentimento é de tristeza e revolta", desabafou.

Assassino - No sistema de registros de boletins de ocorrência da Polícia Civil, Wilson é citado em 47 casos, aparecendo como vítima e também como autor. Entre os registros estão casos de porte de drogas para consumo pessoal, vias de fato, lesão corporal (violência doméstica), tráfico de drogas, calúnia, dirigir veículo sem habilitação, desobediência e dois homicídios. Os assassinatos ocorreram em 25 de dezembro de 2012 e 12 de maio de 2013, todos em Campo Grande.

Carla havia comprado a motocicleta Honda Biz há pouco mais de um mês.

Carla não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. (Foto: Direto das Ruas)
Carla não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. (Foto: Direto das Ruas)

Wilson estava fugindo de abordagem policial, a mais de 100 km/h, quando colidiu a BMW contra a motocicleta de Carla, no cruzamento da Avenida Prefeito Heráclito José Diniz de Figueiredo com Rua Veridiana. Ele estava bêbado.

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