Forte chuva causou alagamentos e deixou ruas intransitáveis nos bairros
Moradores de dois bairros sofreram com os transtornos que a forte chuva causou na manhã desta quarta-feira (12). Na rua Marin, localizada no Bairro Santa Mônica, 47 famílias que vivem em um asentamento indígena tiveram os barracos invadidos pela água e perderam móveis, roupas e alimentos. Já no Bairro Oliveira II, as ruas viraram lamaceiros e os moradores não conseguiram sair de casa.
A representante do assentamento indígena, Val Eloi, 33 anos, contou que nunca houve um alagamento como esse na região. “No momento ficamos desesperados e começamos a colocar as coisas para o alto. Chegamos a chamar a Defesa Civil temendo que algum desmoronamento viesse a ocorrer, mas até agora eles não apareceram”, comentou.
O operador de máquina Samuel Ovídio, 38 anos, que mora com a esposa e três filhos, de 5, 8 e 11 anos, também teve o barraco invadido pela água da chuva. Ele perdeu colchões, geladeira e móveis durante o alagamento. “Foi feio o negócio por aqui. Tive que sair correndo do serviço para ajudar minha mulher que fez uma cirurgia na perna a levantar as coisas para o alto”, explicou.
A situação não foi diferente no barraco do lavrador Francisco Miguel, 58 anos. Segundo ele, já teve um alagamento como esse na região, mas foi de pequena proporção. “Da primeira vez alagou, mas a água não chegou a entrar nos barracos. Desta vez foi pior”, mencionou.
A maioria das famílias que moram no assentamento não possuem cadastro na EMHA (Agência Municipal de Habitação). A representante do grupo afirmou que as ligações de energia elétrica e de água são irregulares e precisam serem resolvidas. “Já entramos em contato com a prefeitura, mas até agora não conseguimos nenhum contato para resolver nossa situação. Precisamos desse diálogo com o prefeito”, informou.
Sobre os cadastros na EMHA, ela disse que já entrou em contato com a agência, mas não conseguiu resolver o problema das famílias. “Invadimos aqui no começo por um protesto para obter moradias, como não conseguimos, estamos aqui até hoje. O pessoal da EMHA tem dificuldade de vir até o local, então iremos começar a fazer o cadastro pela internet mesmo”, apontou.
Já no Bairro Oliveira II o problema é outro quando chove. Conforme o militar aposentado Ronald de Barros, 55 anos, que mora na Rua Antônio Escobar, as vias ficam cheias de lama e os carros atolam no local. “Faz cinco anos que moro aqui e o problema sempre foi o mesmo. Na verdade isso aqui foi uma instalação de esgoto mal finalizada. Precisamos de ruas pavimentadas de imediato aqui no bairro”, destacou.
Moradora da Rua Dorotéia de Oliveira, a autônoma Gisele Linhares, 37 anos, comentou que quase caiu no barro quando estava indo para a casa da irmã cuidar dos sobrinhos. “Nossa esse barro está muito perigoso, quase cai em uma das ruas. Sem falar que é preciso ficar limpando casa o tempo todo”, finalizou.