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Capital

Funileiro que matou jovem a pedradas é condenado a 18 anos, mas sai livre

Como a defesa pode recorrer à decisão, o réu fica em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica até o fim do processo

Geisy Garnes | 19/09/2019 18:20
Wanderley Rofeson durante julgamento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)
Wanderley Rofeson durante julgamento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)

Foi condenado a 18 anos de prisão o funileiro Wanderley Rofeson Loureiro Vulgo, de 50 anos, assassino confesso de Roni Teodoro do Nascimento. Em abril de 2012 o réu sequestrou e matou o jovem a pedrada as margens da rodovia 080, na saída de Campo Grande para Rochedo.

O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (19) pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, 7 anos após o crime. Por maioria dos votos, Wanderley foi condenado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Inicialmente a pena foi definida em 13 anos, mas considerando a reincidência – pois o réu já foi condenado por tráfico de drogas – e as qualificadoras, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida aumentou a pena para 18 anos de prisão em regime fechado. Como a decisão cabe recurso, o magistrado manteve Wanderley em liberdade até o fim do processo, porém monitorado por tornozeleira eletrônica durante todo esse período.

O julgamento – Em depoimento na manhã desta quinta-feira, Wanderley confessou o crime, mas afirmou que agiu em defesa da filha, que, segundo ele, foi estuprada por Roni.

Diante dos jurados, alegou que ao chegar em casa no dia do crime encontrou a menina, na época com 12 anos, chorosa. “Eu perguntei o que tinha acontecido, ela falou ‘pai, eu fui estuprada. Qual pai vai sair dali e ir à delegacia prestar depoimento? Você dá a vida pelo seu filho”. Roni estava com a jovem no momento e a situação gerou uma briga entre os dois homens.

Depois da confusão, Wanderley imobilizou Roni, amarrou suas pernas e braços e o amordaçou com uma toalha. Em seguida o levou para saída de Rochedo, onde agrediu o rapaz a pedrada até a morte.

A esposa e a filha do réu também prestaram depoimento hoje e confirmaram a versão do réu. À época da investigação policial, a garota disse que tinha relacionamento com Roni e que havia mantido relações sexuais com ele uma semana antes do crime. Porém, no decorrer do processo, mudou a versão e disse que foi estuprada.

Para o Ministério Público a versão do funileiro não convence e a maneira como o crime aconteceu torna difícil de acreditar. “Se ele tivesse pulado pra cima do cara, batido nele, eu até compreenderia. Mas tudo o que foi dito aqui mostra que não foi assim”, rebateu o promotora. “Qualquer pai faria isso, amarraria, andaria mais de 10 km e mataria a pessoa com uma pedra na cabeça... Não consigo analisar que qualquer pai faria isso”.

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