Golpista se passava por policial para furtar dinheiro, mercadorias e carros
João Paulo da Silva Martinez aplicava golpes em pequenos comércios da periferia de Campo Grande

Apenas com um papel nas mãos e muita brutalidade, João Paulo da Silva Martinez, 33 anos, se passava por policial para arrancar dinheiro de pequenos comércios da periferia da Capital. O homem foi preso pela Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos), na noite desta quinta-feira (8), depois de fazer, pelo menos, oito vítimas na Capital.
De acordo com o delegado Reginaldo Salomão, sem farda, distintivo ou qualquer outra característica que o identificasse como policial, João Paulo chegava nos comércios de Campo Grande e dizia que era policial. Grosseiro, ele apresentava aos comerciantes um papel e afirmava que era uma ordem judicial para fechar ou multar os estabelecimentos.
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Sem alvará ou com alguma irregularidade, os comerciantes acreditavam na versão do falso policial, que pediu propina para não executar a ordem que dizia ter ou "apreendia' mercadorias, afirmando que se tratavam do pagamento de multas.
Em outros casos, o falso policial chegava a parar motoristas nas ruas também afirmando que os veículos que conduziam estavam com alguma irregularidade e furtava os carros, sob a justificativa de que estava os 'apreendendo'. Ele ainda orientava os condutores a procurarem a polícia, caso quisessem o carro de volta.
As mercadorias e os veículos recolhidos mediante extorsão e furto eram vendidos e o dinheiro ficava com o golpista.
Investigação - Segundo o delegado, os crimes começaram a cerca de 90 dias, quando a polícia iniciou a investigação. De lá para cá, o suspeito mudou de endereço por várias vezes, o que dificultou o trabalho dos policiais.
João Paulo acabou preso ontem a noite, em uma residência no bairro Nova Campo Grande, depois de os policiais ficarem de campana por cerca de cinco horas. No local, a polícia apreendeu uma TV LCD, que pode ter sido furtada.
Pelo menos oito vítimas já foram identificadas e prestaram depoimento a polícia. No entanto, o delegado acredita que o número de pessoas extorquidas ou furtadas seja ainda maior.
“Achamos que não é nem 10% da quantidade de vítimas que ele fez, porque as pessoas tem medo de denunciar. Mas vamos continuar investigando de maneira que possamos localizá-las”, afirmou Salomão.
Conforme a polícia, o autor já tem passagens por roubo, furto, tráfico de drogas, apropriação indébita, estelionato e, inclusive, já foi preso por extorsão em Dourados – município 233 quilômetros da Capital.
Agora, ele irá responder por furto mediante fraude e extorsão, cuja a pena é de cinco a 10 anos de prisão. Quem tiver qualquer denúncia para fazer contra João Paulo, deve entrar em contato com a Derf, no telefone (67) 3368-6601.