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Capital

Homem agredido com golpes de facão na Capital pode perder a voz

Filipe Prado e Zana Zaidan | 20/05/2014 18:45
A família está amedrontada e não quer sair de casa (Foto: Marcelo Victor)
A família está amedrontada e não quer sair de casa (Foto: Marcelo Victor)

O vendedor Natanael Chaves Medina, 30 anos, que canta em um grupo musical há pelo menos 15 anos, ferido por golpes de facão na cabeça, pescoço e mão direita na manhã de domingo (18), está em estado estável, porém exige cuidados, e pode perder a voz. Com medo, a família não consegue sair de casa.

Chamado de “voz de ouro”, Natanael fazia a voz baixo no grupo Vocal Vida. A irmã, Leonora Chaves Medina, 28, contou que cantar era a sua paixão. “Cantar é tudo para ele. Meu irmão tem uma voz linda”, lembrou. Ela disse que o irmão fazia vários tours pelo inteiror do estado com o grupo, cantando em várias igrejas evangélicas.

Amigo da família, o estudante Mateus de Oliveira, 23, informou que o facão, usado no crime, atingiu a traqueia de Natanael, prejudicando as suas cordas vocais, com isso ele pode perder totalmente a voz. “Era o dom do cara, o que ele mais gostava de fazer”, garantiu.

A família, segundo Lenora, está amedrontada. Com medo de que o autor Luciano Farias dos Santos, 28, volte, eles não saem de casa. “Pra mim, esse cara é um louco, um maníaco. Não acredito que fez essa brutalidade com meu irmão. Ele é trabalhador, religioso e nós estamos com muito medo”, assegurou.

Natanael é casado e possuí um filho de seis anos, com quem estava quando encontrou pela primeira vez, antes do crime. “Ele já rondava a loja do meu irmão, que fica na Mata do Jacinto. Um dia ele estava com o meu sobrinho, quando este homem chegou e perguntou se ele conhecia alguém que matasse”, relatou.

Para proteger o filho, a vítima foi dura com Luciano e pediu para que ele não o abordasse mais. “Eu creio que depois disso o cara marcou o o meu irmão e começou a persegui-lo”, imaginou a irmã da vítima.

O sócio de Natanael, Inori Perdoncini, 26, revelou que Luciano andava pelo bairro há cerca de dois meses e já havia “arranjado briga” com vários vizinhos. “Uma vez ele quebrou o braço de um vizinho e também já furtou a casa de outro. Dessa vez ele foi preso, mas conseguiu ser solta pouco tempo depois”, contou.

“Nós já tínhamos percebido que ele não tinha discernimento e poderia ter algum problema psicológico”, destacou o empresário.

Natanael já passou por uma cirurgia no pescoço, agora espera uma na mão esquerda, que será feita por uma especialista. O “voz de ouro”, ainda não consegue falar, apenas sussurra. “Eles não descartam a perda das cordas vocais”, disse Leonora.

A concentração do movimento será na Praça Ary Coelho e irão caminhando até a Praça do Rádio (Foto: Divulgação)
A concentração do movimento será na Praça Ary Coelho e irão caminhando até a Praça do Rádio (Foto: Divulgação)

Mobilização – Segundo Mateus, vários amigos e colegas da igreja, principalmente lideres de jovens, estão se mobilizando para fazer uma coleta de sangue para o baixo. “Nós começamos a conversar sobre isso por um grupo de whatsapp, então decidimos nos mobilizar”, contou.

A partir das 9h de sábado (24) eles também irão se reunir, na Praça Ary Coelho, para fazer uma coleta conjunta de sangue e também um movimento chamado “#Impacto Natanael”. “Nós vamos as ruas pedir paz, amor e passar o evangelho para as pessoas”, explicou.

“Eu estou tentando entrar em contato com a família do empresário Erlon para que eles se juntem com a gente nesta caminhada”, revelou Mateus.

Crime – Natanael foi ferido por volta das 10h25, na rua Afropuga, esquina com a Guilherme Correa, na Mata do Jacinto. Ele foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), após receber golpes de facão na cabeça, pescoço e mão direita.

O autor, Luciano, o abordou na rua e começou a desferir os golpes. Natanael ficou agonizando na rua, enquanto que o autor fugiu após enrolar o facão em um cobertor e esconder na mochila. Ele foi encontrado na rua Jamil Basmage, próximo ao residencial Carandiru. Luciano inclusive estava com muitos pingos de sangue em suas vestes.

Questionado pelos policiais militares, o agressor disse que aguardou o momento certo para ferir a vítima, pois um dia Natanael “olhou de cara feia para ele”. Ele, que possui ficha criminal pelo mesmo crime, foi preso em flagrante.

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