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Capital

Homem diz à polícia que ficou em cárcere privado "por ser irmão de PM"

Rafael Ribeiro | 15/07/2017 13:44

Um homem de 32 anos foi à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região central na manhã deste sábado (15) denunciar que foi mantido refém por cerca de dez horas na sexta-feira e torturado por viciados que ainda tentaram lhe matar, em uma casa na Rua do Livramento, no bairro Monte Castelo (zona norte de Campo Grande).

Segundo o registro da ocorrência, a vítima alegou que o crime pode ter sido cometido pelo fato dos autores acharem que ele era “irmão de PM”, quando na verdade seu familiar seria bombeiro.

Ainda de acordo com a vítima, por volta das 17h de sexta-feira ele voltava do trabalho caminhando quando foi abordado por um vizinho que freqüentaria a casa e estava acompanhado de vários usuários de drogas.


O grupo lhe enforcou com um cadarço e o levou para dentro do imóvel, onde teve pernas e braços amarrados com fios de energia, sendo constantemente agredido.


“Havia várias pessoas na casa, todas usando drogas, que se revezavam para me agredir e ofender”, relatou, no boletim de ocorrência, citando que levou coronhadas de revólver na cabeça e teve a calça rasgada com uma faca.


No seu relato, a vítima reiterava que durante todo momento os agressores diziam que era ele quem havia denunciado o imóvel para a polícia, ameaçando lhe matar.


A ameaça quase se tornou realidade quando um homem deficiente físico, que aparentava ser o líder do bando, ordenou que a vítima fosse morta. Alguns dos viciados então colocaram um pano com óleo de motor em sua boca e iriam esfaqueá-lo, mas o tal vizinho que o abordou exigiu que o crime fosse cometido fora da casa.


Segundo a vítima, foi a chance para fugir. Os agressores afrouxaram os fios para colocá-lo no porta-malas de um Uno vermelho e, em um momento de deslize, cortou as amarras e correu para a rua pulando o muro do local, em estado de choque.


Na descrição do fato, a vítima diz teve seu salário, de quantia não revelada, e o celular roubados pelos viciados. Também argumentou que haviam diversos pratos com cocaína espalhados pela casa e dinheiro obtido com venda de drogas.


O imóvel seria conhecido pelo fluxo do tráfico e teria diversas denúncias registradas nas polícias Militar e Civil. Nenhum dos autores da tortura haviam sido sequer identificados até a conclusão desta reportagem.

O caso será investigado pelas delegacias especializadas, informaram policiais da Depac. Não há informações sobre o estado de saúde da vítima e seu paradeiro atual, mantido em sigilo por questões de segurança.

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