Interdição no Trevo Imbirussu causa caos no trânsito e afeta comércio da região
Trecho está em obras para implantação do corredor de ônibus que ligará o Terminal Bandeirantes ao Aero Rancho
A interdição no Trevo Imbirussu, que conecta as avenidas Manoel da Costa Lima, Marechal Deodoro e Bandeirantes, se tornou um caos para quem trafega na região e também para comerciantes próximos ao local. O trecho está em obras para implantação do corredor de ônibus que ligará o Terminal Bandeirantes ao Aero Rancho. Com isso, as ruas que servem de desvio agora concentram um alto fluxo de veículos.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A interdição no Trevo Imbirussu, em Campo Grande, tem causado transtornos para motoristas e comerciantes locais. A obra, que visa implantar um corredor de ônibus ligando o Terminal Bandeirantes ao Aero Rancho, provocou congestionamentos nas vias alternativas e queda no movimento do comércio. Motoristas ignoram bloqueios e cometem infrações, como usar estacionamentos de estabelecimentos como atalho. Comerciantes relatam queda drástica nas vendas, enquanto a Agetran promete fiscalização no local. A obra, orçada em R$ 9,6 milhões, tem prazo de 12 meses para conclusão.
O Campo Grande News esteve no local nesta terça-feira (7) e registrou o trânsito lento e infrações de trânsito, como ultrapassagem de bloqueio e utilização do estacionamento de uma farmácia como atalho para acessar as avenidas. O problema não afeta somente os moradores da região, mas também os comerciantes, que tiveram a quantidade de vendas reduzida pelo bloqueio.
- Leia Também
- Desvio por obra no Trevo Imbirussu trava entrada de casas e causa transtornos
- Começam obras para ligar terminais Bandeirantes e Aero Rancho
As placas de desvio, na Avenida Manoel da Costa Lima, começam antes do bloqueio, indicando as rotas alternativas. Na Rua Jussara, no entanto, o fluxo é intenso: filas de carros se formam ao longo da via, que leva os motoristas até a Travessa Rica e depois à Avenida Bandeirantes.
Mesmo com a sinalização, muitos condutores ignoram as interdições. “Estão passando toda hora por aqui; essa fita zebrada não está segurando ninguém. Quero ver parar”, reclama o montador de estruturas metálicas José Aparecido Martins, 48 anos, morador da região, que trabalha em um comércio em frente à Rua Jataí.
No mesmo ponto, um funcionário de outro estabelecimento confirma o problema. “Tem carro e moto subindo direto por aqui, mesmo bloqueado. Complica para quem tenta sair da loja ou atravessar", diz.
Durante o tempo em que a equipe da reportagem permaneceu no local, uma caminhonete e duas motos foram flagradas ignorando a interdição da Rua Jataí. Já na Avenida Marechal Deodoro, a situação é parecida: veículos cortam caminho pelo estacionamento de uma farmácia para passar de uma via a outra. “Agora há pouco, quase bateu em um cliente que estava estacionado aqui”, relata uma funcionária do local.
“Ontem o pessoal estava furando por dentro da farmácia, motos passando pela calçada, vários agindo de forma irregular”, contou Wellington Godoi, 36 anos, funcionário de uma loja de tintas, que fica no meio da interdição.
O bloqueio também atingiu o movimento dos comerciantes, que relatam queda drástica nas vendas. “Parou tudo aqui, não tem como o cliente vir. Ontem atendi só três clientes, que ainda fui atrás na esquina, porque acharam que estava fechado”, contou Luis Carlos Barbosa, dono de uma peixaria há 30 anos. “Agora ficou difícil, caiu muito o movimento. Vem às 18h pra ver o desespero que é aqui”, desabafou.
A vendedora ambulante Célia Maria Rosa, 63 anos, que há seis anos vende cachorro-quente no trevo, também reclama. “Passei o dia aqui tocando mosca. Acho que não tinha necessidade de fechar por ali, ainda mais à noite. Meus clientes vêm de carro e moto. Não avisaram ninguém; pegaram todo mundo de surpresa. Isso aí vai me matar; eu ganho por dia. Se liberarem à noite, já ajuda”, lamenta.
Outro comerciante da região tenta manter a calma. “É uma melhoria, mas no momento para nós fica complicado. Daqui uns 20, 30 dias vai passar. Ficamos isolados aqui”, afirma o proprietário de um comércio próximo à interdição.
Quem sai da Marechal Deodoro em direção à Avenida Gunter Hans enfrenta longas filas. O trânsito trava especialmente na Rua Potiguaras, usada como rota alternativa. Já para quem vem pela Bandeirantes em direção ao Bairro Leblon ou Residencial Guaianazes, a espera pode chegar a dez minutos na Rua da Saudade, devido à fila de carros e à demora do semáforo.
Apesar da promessa de fiscalização, nenhum agente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) foi visto no trecho principal do Trevo Imbirussu. A presença foi registrada apenas nas proximidades da Avenida Gunter Hans. Comerciantes e motoristas cobram mais orientação no local.
“O proprietário de uma outra farmácia chegou a pedir mais bloqueios na calçada, por causa dos motoqueiros que passam por ali”, contou um comerciante. Parte da equipe da obra precisou reforçar o isolamento para evitar novos incidentes.
Nesta segunda-feira (6), o Campo Grande News noticiou que o fluxo de veículos na Rua Túlio Alves Quito, estava travando a entrada dos moradores de ruas menores no Bairro Guanandi. Uma moradora relatou que precisou até chamar a Polícia Militar para conseguir entrar em casa.
Obra - A interdição faz parte da reestruturação para implantação da faixa exclusiva de ônibus que vai ligar o Terminal Bandeirantes ao Terminal Aero Rancho. As intervenções começaram após a conclusão de quatro novas estações ao longo da via. As rotas alternativas são:
Sentido Centro/Bairro: Rua Potiguaras
Sentido Leste/Oeste: Rua Barra Mansa / Rua Jaime Ferreira Barbosa
Sentido bairro/centro: Rua Túlio Alves Quito / Rua Jussara / Travessa Rica / Avenida Bandeirantes
O ponto de ônibus da Rua Clineu da Costa Moraes com a Avenida Cuiabá será provisoriamente transferido para o cruzamento das ruas Amin Lescani e Potiguaras até o fim das obras.
A Agetran informou que será implantada sinalização provisória em todo o trecho impactado para orientar motoristas e pedestres. Agentes de trânsito também estarão no local nos primeiros dias de interdição para prestar informações aos condutores.
A obra do corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro (Gunter Hans) tem valor de R$ 9,6 milhões e prazo de 12 meses para conclusão. Os trabalhos começaram no fim de março deste ano.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.