ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  17    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Investigada por matar namorado atropelado é indiciada por embriaguez

Irene da Silva Melo responderá também por corrupção ativa ao tentar subornar policiais militares

Bruna Marques e Mariely Barros | 25/05/2023 12:44
Otávio chegou a ser socorrido em estado gravíssimo, mas morreu no hospital. (Foto: Redes sociais)
Otávio chegou a ser socorrido em estado gravíssimo, mas morreu no hospital. (Foto: Redes sociais)

Inquérito da Polícia Civil indiciou a motorista Irene da Silva Melo, 63 anos, pelos crimes de corrupção ativa e embriaguez ao volante. Ela era investigada por atropelar o motociclista Otávio Nunes e subornar policiais militares para não ser presa, no dia 8 de maio, na Rua Cabo Verde, no Jardim Tijuca, em Campo Grande.

Inicialmente, ela havia sido presa por homicídio culposo, mas de acordo com o delegado responsável pelo caso, Camilo Kettenhuber, "Não há testemunhas, nem câmeras que comprovem que a Irene foi causadora do acidente. No local, também não foi feita perícia para comprovar a dinâmica do acidente. A equipe comprovou que o local onde o acidente aconteceu é escuro, estreito e que muitos motoristas acabam trafegando no meio da rua. A faixa de rolamento está apagada".

Irene teve a liberdade provisória concedida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, durante audiência de custódia, mas deve cumprir medidas cautelares. A idosa deverá comparecer periodicamente em juízo, não podendo sair de sua residência no período noturno e nos dias de folga.

Conforme o registro policial, Irene conduzia um Chevrolet Classic quando atingiu o motociclista, que seria seu namorado. Otávio foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em estado gravíssimo e levado para a Santa Casa, mas morreu dois dias após o ocorrido.

Irene trafegava pela contramão e estava com sinais aparentes de embriaguez, segundo o boletim de ocorrência. Ela se recusou a fazer o teste do bafômetro, então foi confeccionado um TCE (Termo de Constatação de Embriaguez). A motorista ainda tentou subornar um dos militares dizendo que faria um Pix.

Pedaços de vidro após colisão na madrugada do acidente. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Pedaços de vidro após colisão na madrugada do acidente. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Em depoimento, Irene disse ter ingerido quatro cervejas em casa. No momento do acidente, ela alega que estava levando uma amiga embora quando viu o namorado na rua e acabou atingindo Otávio sem querer. A idosa disse que se manteve no local do acidente e ainda confirmou ter oferecido suborno aos policiais para não ser presa.

Indignação - A família de Otávio não acredita que o episódio foi acidente. “Nossa família já contratou advogado, vamos querer representar contra ela [Irene]. Não foi uma fatalidade, mas não podemos provar”, disse o técnico de enfermagem de 49 anos, sobrinho da vítima, durante o velório do tio, no Cemitério Memorial Park. Ele pediu para não ter o nome divulgado e afirma que a família não aceita o que aconteceu.

Ainda conforme a família da vítima, os parentes só ficaram sabendo do acidente 4 horas depois do fato. Otávio e Irene namoravam havia 3 anos. “Na verdade, tem várias informações que foram ocultadas pela namorada dele. Por que não nos avisou de imediato? Só depois que o meu tio teve morte cerebral foi que ela ligou avisando para o meu outro tio”.

Nos siga no Google Notícias