ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 27º

Capital

"Isso não é gente. É um monstro", diz irmã da 1° vítima do "Pedreiro Assassino"

Leonel foi a primeira morte descoberta da série de assassinatos. Ele foi morto a paulada com uma chibanca

Mirian Machado e Bruna Marques | 06/04/2022 13:17
Esposa Roselaine e Cleber, durante julgamento nesta quarta-feira (6). (Foto: Henrique Kawaminami)
Esposa Roselaine e Cleber, durante julgamento nesta quarta-feira (6). (Foto: Henrique Kawaminami)

Primeiro júri dos cinco já ocorridos do “Pedreiro Assassino” Cléber de Souza Carvalho, familiares da vítima estiveram presentes e acompanharam os depoimentos. José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, primeira vítima a ser descoberta da série de assassinatos, tinha 8 irmãos, destes apenas uma morava na Capital. O crime teria ocorrido em maio de 2020. Ele foi encontrado enterrado em cova rasa, no quintal de casa, na região da Vila Nasser.

Umas das irmãs da vítima, moradora da Capital, Eurides Ferreira dos Santos, de 65 anos, contou ao Campo Grande News que não acredita na versão dada pelo pedreiro. “Ele mente bastante. Uma hora fala que me conhecia e outra fala que ia buscar mudança do Leonel. Ele não me conhecia. Nós somos em 9 irmãos, todos em Salvador. Só eu que moro aqui”, afirmou.

Eurides ainda contou que o irmão costumava conversar com os outros irmãos por áudio, porém ficou mandando mensagens de texto desconexas, o que causou desconfiança na família. Foi quando resolveu ir na casa do irmão ver o que havia acontecido.

Não dá nem para descrever o que sentimos. Ele era tranquilo. Um cara da paz do bem. É muito doloroso isso. A naturalidade como ele [pedreiro] fala como se fosse natural. A frieza dele. Sinceramente, a única coisa que eu acho que podia trazer algum alento era ele se arrepender, ter consciência do que fez, mas pelo jeito, isso não vai existir. Não sei nem o que posso querer para uma pessoa dessa. Isso não é gente. É um monstro”, conclui.

Também irmã do Leonel, Maria Aparecida Ferreira Santos, de 58 anos, chegou à cidade no sábado para acompanhar o júri e lamentou a perda do irmão. “Perdemos um irmão, nada vai trazer ele de volta”, disse.

A esposa de Cleber, Roselaine Tavares Gonçalves, também é ré por esse crime. O casal foi morar na casa da vítima após o assassinato. Na época, à polícia, a esposa de Cléber afirmou que sabia que o marido havia matado e enterrado Leonel no quintal, mas durante o júri de hoje, Cléber disse que a esposa não teve envolvimento no crime.

A família não acredita que a esposa e a filha do assassino não tenham ligação com o crime e pede para que nenhum deles fique livre. “Que ele, a filha e a esposa não fiquem livres para que não façam isso com outras pessoas. São pessoas doentes. Isso dó demais”, contou.

A sogra de Leonel também esteve presente no Tribunal do Júri. A esposa não pôde comparecer.

Viatura da Delegacia de Homicídios em frente à casa da vítima, onde o crime aconteceu. (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura da Delegacia de Homicídios em frente à casa da vítima, onde o crime aconteceu. (Foto: Henrique Kawaminami)

Depoimento - Durante interrogatório no julgamento de hoje pela manhã (6), Cléber alegou que matou José Leonel depois de desavença por causa de uma porta. Durante o desentendimento, Cléber afirmou que matou, pois achava que seria atingido pela vítima.

"Quando ele foi para o lado da máquina, achei que ia pegar uma faca de cozinha, puxei a chibanca e dei uma paulada nele. Quando ia cair, dei outra e dei mais outra, depois, começou a sangrar a cabeça", lembra. O pedreiro afirma ter ficado desesperado. "Peguei ele pela perna, puxei para o quarto e coloquei no colchão. Depois, lavei a varanda e saí da casa."

O pedreiro ainda disse ao juiz que se mudou para a casa da vítima para tirar a suspeita de cima dele sobre o sumiço da vítima.

Nos siga no Google Notícias