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Capital

Juiz rejeita tese e mantém júri de réu por matar Grazi e sumir com o corpo

Defesa tenta anular depoimentos, mas tese foi rejeitada pelo juiz e será analisada pelo Tribunal de Justiça agora

Ana Paula Chuva | 17/12/2020 17:16
Rômulo Rodrigues Dias durante interrogatório por videoconferência. (Foto: Reprodução de vídeo)
Rômulo Rodrigues Dias durante interrogatório por videoconferência. (Foto: Reprodução de vídeo)

O juiz Aluízio Pereira dos Santos rejeitou a tese de defesa de Rômulo Rodrigues Dias, 33 anos e manteve a decisão de ida a juri popular do réu pelo assassinato e ocultação do cadáver de Graziela Rubiano, 36 anos, com quem ser manteve relacionamento por três.

Em recurso apresentado na semana passada, os advogados de Rômulo voltaram a alegar ilegalidade na condução do inquérito policial, afirmando que o acusado foi entrevistado na Delegacia sem ter sido avisado sobre direito de ficar calado, além de estar sem advogado no momento.

O promotor da 2ª Vara do Tribunal de Júri, Douglas Oldegardo dos Santos, refutou a tese da defesa e alegou não haver dúvidas da prática dos crimes de feminicidio e ocultação de cadáver pelo acusado.

As versões fantasiosas e cabalmente incoerentes apresentadas pelo recorrente na fase inquisitorial, não merecem credibilidade, pois se apresentam divorciadas de todo o contexto probatório contido nos autos, revelando-se como sendo um verdadeiro artificio destinado a promover, injustamente, sua absolvição em detrimento da sociedade”, escreve o promotor ao reforçar entendimento já apresentado de que Rômulo, como capítulo final de um relacionamento abusivo, assassinou a vítima e sumiu com o cadáver.

A tese da defesa foi analisada pelo juiz Aluízio, que manteve a decisão da ida do autor a juri popular, passando então a análise do recurso da defesa ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

“Na forma do art. 589, do CPP, mantenho a pronúncia por seus próprios fundamentos. Remeta-se o feito ao TJMS. Às providências necessárias.”, declarou o magistrado.

Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, desapareceu em abril deste ano. (Foto: Reprodução/Facebook)
Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, desapareceu em abril deste ano. (Foto: Reprodução/Facebook)

Crime - “Grazi”, como era conhecida, sumiu em 5 de abril deste ano. As  investigações da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) identificaram o marido como responsável pelo feminicídio e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) apresentou denúncia criminal.

A peça do MPMS nessa parte, registra ainda que, mesmo que houvessem, ilegalidades no andamento da investigação policial não invalidam todo o processo penal. Para ele, os depoimentos prestados pelas testemunhas, os exames periciais,  e as versões conflitantes apresentadas pelo próprio réu, confirmam que Rômulo cometeu o crime.

Provas – Durante as investigações, sangue com DNA compatível com o de “Grazi” foi encontrado no Corsa de Rômulo. Na casa onde viviam, em uma edícula aos fundos  de imóvel no Bairro Jockey Club, havia tanto evidencias de fluído humano quanto de que houve limpeza para apagar vestígios.

Ao ser ouvido sobre as circunstâncias, Rômulo sempre alegou que “Grazi” foi embora de Mato Grosso do Sul para tentar "vida nova", mas apresentou versões conflitantes sobre os últimos contatos com ela e o relacionamento amoroso.

 Tudo isso, para o promotor, depõem contra o réu e, por isso, ele deve ser levado ao Tribunal do Júri, a quem cabe decidir se uma pessoa é culpada ou não de um crime contra a vida.

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