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Capital

Jurado passa mal e julgamento sobre morte de empresário é cancelado

O novo júri foi remarcado para 30 de maio, quando todos os envolvidos devem prestar novos depoimentos

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 11/04/2019 14:00
Moon durante julgamento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)
Moon durante julgamento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)

Julgamento do policial rodoviário federal Ricardo Hyn Su Moon, de 49 anos, foi cancelado após um jurado passar mal na tarde desta quinta-feira (11), em Campo Grande. O responsável pela morte do empresário Adriano Correia Nascimento após briga de trânsito volta ao Tribunal do Júri no dia 30 de maio.

O júri de Moon começou ás 8h25 desta manhã, pouco mais de dois anos de três meses do crime, com os depoimentos do supervisor comercial Agnaldo Espinosa da Silva, 51 anos, e do enteado dele, Vinícius Cauã Ortiz Simões - que à época era adolescente de 17 anos – que estavam na caminhonete com o empresário no dia do homicídio.

Em seguida, o próprio policial foi ouvido pelo juiz e pelos jurados, e mais uma vez relatou ter agido em defesa legítima diante da vítima, que, em suas palavras, estava armado com uma caminhonete de duas toneladas. O julgamento foi parada para o almoço e na volta o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida comunicou o cancelamento do júri.

Segundo o juiz, um dos jurados sofre de ansiedade e hipertensão e começou a passar mal durante o julgamento. Ele foi atendido, medicado, mas não reagiu durante a pausa do almoço e por isso o júri precisou ser adiado.

Para a nova data, 30 de maio, o sorteio de jurados será refeito e no dia todos os envolvidos serão novamente ouvidos. O policial rodoviário federal responde pela morte de Adriano (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e tentativas de homicídio contra Agnaldo (que sofreu fratura ao pular da caminhonete) e Vinícius (baleado nas pernas).

Aguinaldo durante depoimento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)
Aguinaldo durante depoimento nesta manhã (Foto: Marina Pacheco)
Vinícius também prestou depoimento e pediu para o policial não acompanhar (Foto: Marina Pacheco)
Vinícius também prestou depoimento e pediu para o policial não acompanhar (Foto: Marina Pacheco)

Os depoimentos - No tribunal Moon contou que na madrugada de 31 de dezembro de 2016 cruzou com a Hilux conduzida por Adriano na avenida Ernesto Geisel e depois de uma fechada de trânsito estranhou a caminhonete ter mudado de faixa e se posicionado atrás do seu veículo enquanto aguardava no semáforo vermelho.

“Estava escuro, deserto. Saí do carro para não ficar de costas para o perigo. Ele não precisava ter mudado de faixa”, diz. Ele afirma ter se identificado como policial e pedido para que os três ocupantes da caminhonete mostrassem as mãos. Mais perto, disse que verificou estado de embriaguez do trio e decidiu chamar a PM (Polícia Militar).

O policial afirmou que não poderia simplesmente ir embora, sob o risco de incorrer em crime de prevaricação, diante de um condutor embriagado ao volante. Alegou que Adriano queria ir embora e acelerou em sua direção, quando ele se postou À frente da Hilux para fazer uma fotografia da placa usando o celular.

“O Adriano tomou uma atitude drástica contra a minha vida. A partir do momento que acelerou a caminhonete contra mim, me senti com perigo de ter a minha vida ceifada. O Adriano estava armado com uma caminhonete de duas toneladas. Fui vítima de uma tentativa de homicídio”, afirma Moon, que foi ouvido por uma hora durante o julgamento, que acontece nesta quinta-feira (dia 11), em Campo Grande.

Julgamento desta quinta-feira foi acompanhado por policiais rodoviários federais, advogados, estudantes de direito e pela família de Adriano (Foto: Marina Pacheco)
Julgamento desta quinta-feira foi acompanhado por policiais rodoviários federais, advogados, estudantes de direito e pela família de Adriano (Foto: Marina Pacheco)

Bebida e posição – No período da manhã, durante o interrogatório do réu e oitiva das duas vítimas de tentativa de homicídio – Agnaldo Espinosa da Silva e Vinícius Cauã Ortiz Simões, a defesa e a promotoria delinearam duas linhas de atuação.

O advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial, centrou o questionamento no consumo de bebida alcoólica das três vítimas, incluindo Vinícius, que na época tinha 16 anos e relatou ingestão de cerveja e vodka, além de perguntar se os amigos sabiam que Adriano consumia droga, agredia funcionária, caluniou pessoa, furtou energia elétrica e tinha medida restritiva.

Já a acusação questiona a todo tempo o posicionamento do policial na hora dos disparos. A perícia aponta que o atirador estava no vértice esquerdo do veículo, portanto, não na frente da caminhonete. Ricardo Moon conta que pulou para a lateral com intuito de salvar sua vida, em legítima defesa.

A perícia aponta que havia sujicidade (poeira) na calça do policial, mas abaixo do joelho, enquanto que o normal, devido à altura da caminhonete, era que o veículo o tocasse nas coxas. O policial respondeu que sentiu dores acima do joelho.

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