Justiça confisca R$ 10 milhões de quadrilha que usava viaturas para tráfico
Decisão faz parte da sentença que condenou 16 réus a 145 anos e nove meses de prisão em regime fechado
Além de condenar 16 acusados, alvos da Operação Snow, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou a perda de R$ 10 milhões em bens apreendidos durante a ação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2024. Os envolvidos foram sentenciados a 145 anos de prisão e multas que ultrapassam R$ 199 mil.
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A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, condenou 16 acusados da Operação Snow, resultando em penas que somam 145 anos de prisão e multas superiores a R$ 199 mil. A decisão também determinou a perda de R$ 10 milhões em bens, incluindo imóveis e veículos utilizados no tráfico de drogas. A investigação do Gaeco revelou que a quadrilha, liderada por Joesley da Rosa, transportou duas toneladas de cocaína entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, utilizando viaturas da Polícia Civil. Os condenados, que incluem empresários e policiais, ainda podem recorrer da sentença.
Entre os bens confiscados estão: uma casa no condomínio Jardim Acapulco II, localizado na cidade de Guarujá, litoral paulista; um apartamento no Riviera Boulevard SPA Resort, em Ponta Porã, a 313 quilômetros da capital sul-mato-grossense; caminhões adaptados para transporte de drogas; joias; dinheiro em espécie; e contas bancárias milionárias.
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Conforme a decisão, os valores apreendidos serão destinados ao Fundo Penitenciário Nacional. A investigação apontou que a quadrilha transportou ao menos duas toneladas de cocaína entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, usando inclusive viaturas da Polícia Civil sul-mato-grossense.
A residência no litoral paulista pertence ao líder da organização, o empresário Joesley da Rosa.
Condenados - Ao todo, 16 integrantes da quadrilha foram sentenciados. Conforme a investigação do Gaeco, a organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra, cocaína, por meio de empresas de transporte, que também eram utilizadas para a lavagem de dinheiro.
As maiores penas ficaram para os empresários Luiz Paulo da Silva Santos e Joesley da Rosa – 23 anos e nove meses e 18 anos e seis meses, respectivamente. Em seguida, vem a do policial civil Hugo Cesar Benites, condenado a 13 anos e cinco meses de prisão.
Mayck Rodrigo Gama também foi sentenciado a 13 anos e 11 meses de prisão. Já Ademir Cramolish Palombo deve cumprir 6 anos e 5 meses. O empresário também foi denunciado por envolvimento no homicídio do garagista Carlos Reis de Medeiros, o "Alma".
Erick do Nascimento Marques e Rodney Gonçalves Medina foram condenados a 12 anos e três meses cada um. Douglas de Lima de Oliveira foi condenado a cinco anos e três meses. Ele também foi sentenciado em junho deste ano pelo assassinato de Christian de Queiroz Oliveira.
Já Fernando Henrique Souza dos Santos, Frank Santos de Oliveira, Bruno Ascari, Ademar Almeida Ribas, Adriano Diogo Veríssimo, Wellington Souza de Lima e Márcio André Rocha Faria foram sentenciados a quatro anos e um mês de prisão cada.
Darli Oliveira Santander e Natoni Lima de Oliveira, pais de Douglas, também foram alvos da Operação Snow. Todos os sentenciados ainda podem recorrer da decisão.
Denúncia – Em janeiro deste ano, 21 alvos da operação foram denunciados à Justiça por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais, corrupção, entre outros crimes. Chegar a mais pessoas foi possível após análise dos dados extraídos dos telefones celulares de Joesley da Rosa, identificado como líder da quadrilha, e de Rodney Gonçalves Medina.
Entre os "golpes" da organização criminosa, com vistas a camuflar cargas de entorpecentes, está o uso até de caminhão de empresa terceirizada dos Correios. Além disso, havia responsáveis por desativar, nos caminhões usados, os aparelhos das companhias de transporte que emitem sinais de geolocalização, de modo a impedir o rastreamento do veículo durante o transporte da droga.
A investigação apontou ainda que a droga era transportada de Ponta Porã a Campo Grande e depois distribuída para o restante do país. Policiais civis levavam o entorpecente em viaturas oficiais e faziam escoltas de caminhões carregados com cocaína.
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