Marquinhos torce por 20 dias de estiagem para tapa-buracos avançar
Prefeitura da Capital colocou 30 equipes nas ruas nesta quinta-feira, mas chuvas constantes prejudicam serviço e podem, ainda, causar prejuízos com perda de materiais

A Prefeitura de Campo Grande colcou nas ruas nesta quinta-feira (28) um total de 30 equipes para a operação tapa-buracos, espalhadas pelas regiões da cidade nas quais há alta demanda de tráfego ou nas quais os problemas impedem a boa circulação de veículos. Mesmo com o contingente, a solução para o problema ainda não é considerada adequada graças a um fator que vem de cima: as constantes chuvas que atingem a Capital impedem que as crateras sejam finalmente consertadas.
“Dê-me 20 dias de estiagem que vocês verão a diferença na cidade”, afirmou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) nesta manhã, apontando já haver condições técnicas para que o problema no pavimento da cidade seja resolvido. Faltou, porém, uma ajudinha de São Pedro. “Dos 27 dias de dezembro choveu em 23 deles”, lastimou Marquinhos.
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Neste mês, foram fechados os contratos com as empresas que ficarão responsáveis pela manutenção do asfalto nas sete regiões urbanas da Capital. Certame nesse sentido chegou a ser convocado na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (Progressistas) no fim de 2016, no entanto, foi redimensionado e preparado para o mês de maio.
No entanto, Marquinhos afirma que análise feita pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) nos documentos da licitação atrasou o processo, finalizado apenas neste mês. Impossibilitada de contratar, a prefeitura manteve apenas cinco equipes nas ruas para efetuar a manutenção das ruas.

Prejuízo – Aproveitando a manhã sem chuva, o prefeito disse ter ordenado que as equipes fossem para as ruas acelerar os reparos, o que já havia sido feito na quarta-feira (27). Porém, a todo o instante, um problema que venha dos céus pode obrigar a paralisação do serviço, sob pena de todo o trabalho e os recursos públicos que dele dependem serem perdidos.
“Esse é o risco que muitas vezes corremos. Tem de comprar a massa na usina, que sai a 180ºC. Se você não usar essa massa em um período de seis a sete horas ela fica dura e você perde o material. Se chove depois do meio-dia você tem duas alternativas: ou aplica o que já comprou para tentar salvar alguma coisa ou cruza os braços e espera o dia seguinte. Hoje, por exemplo, mandei [as equipes] saírem”, disse Marquinhos.
O prefeito ainda destacou que a forma de o serviço ser prestado também difere da administração anterior. O município vem usando apenas o CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado Quente) aplicado em “recortes”. “Estou mandando recortar em forma quadrada ou retangular para fazer a sedimentação e a fresagem para, depois, pavimentar”, disse.
Até o início do ano, usava-se o material usinado a frio, o que, ainda segundo Marquinhos, não apresentou bons resultados. “Nos locais onde essa técnica foi usada ou o material não durou ou houve afundamento”, pontuou.